Portugal enfrenta epidemia de gripe

Portugal lidera, entre os países da Europa, os casos testados positivos para gripe. No relatório publicado na última sexta-feira pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças é indicado que a taxa média europeia de casos positivos subiu de 7% para 10%, no espaço de uma semana. Contudo, há oito países a reportarem uma taxa muito mais elevada, com Portugal no topo da lista, com 29% dos testes positivos. Nas situações mais complicadas de propagação da gripe estão também a Irlanda (26%) e França (25%).

O organismo europeu de saúde confirma, assim, os indicadores anteriores divulgados pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, que sublinha que na última semana “foram reportados 260 casos positivos, dos quais 240 do tipo B e 20 do tipo A”.

Os dados indicam ainda que se verifica uma “tendência crescente das infeções respiratórias agudas graves”, pelo que, refere o instituto, é “provável o início do período epidémico da gripe” no nosso país. Desde outubro, os laboratórios da Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe e Outros Vírus Respiratórios, em hospitais, notificaram 24 339 casos de infeção respiratória e foram identificados 1052 casos de gripe.

Neste período foram internadas em Unidades de Cuidados Intensivos sete pessoas com gripe. O presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, Gustavo Tato Borges, admite que nas próximas semanas possa aumentar o número de casos de gripe. “As temperaturas vão continuar baixas e, ao entrarmos no período festivo, mais pessoas participam em festas e convívios, o que promove a propagação do vírus”, afirmou. As infeções respiratórias foram, na última semana, responsáveis por uma elevada afluência de doentes às urgências na Área da Grande Lisboa, com tempos de espera de 14 horas.

E TAMBÉM

CONTESTAÇÃO
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) contesta algumas das medidas adotadas pelo Ministério da Saúde para a implementação do Plano de Contingência de Inverno. Segundo o SEP, a abertura de centros clínicos, incluindo no setor privado e social traduz a opção do Governo em “comprar serviços” aos setores privados e social.

60 CASOS
Admitidos 60 casos de infeção respiratória aguda grave nos hospitais e unidades locais de saúde, com uma taxa de 7,7 por 100 mil habitantes, revela o último boletim de vigilância, do Ricardo Jorge, que confirma “uma tendência crescente”.