Portugal regista 30 mil incêndios urbanos em cinco anos

Só em 2017 morreram 27 pessoas em fogos que ocorreram, na sua maioria, em habitações.

16 de julho de 2018 às 10:27
bombeiro, costas, xxx, bombeiros Foto: Ricardo Almeida
bombeiros, costas, xxx, bombeiro Foto: Getty Images

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A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) registou perto de 30.000 incêndios urbanos em Portugal continental nos últimos cinco anos, a maioria em habitações (mais de 26.000), enquanto no setor da indústria, oficinas e armazéns ocorreram cerca de 3.400.

Em 2017, ocorreram 5.393 incêndios habitacionais no continente, os quais provocaram 27 mortos e mais de 600 feridos, enquanto os 720 fogos registados pela ANPC como ocorrências em indústria, oficina e armazéns fizeram um morto e 47 feridos.

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Analisando os dados dos últimos cinco anos (2013 a 2017) registados pelo Sistema de Apoio à Decisão Operacional (SADO), verifica-se que não existem grandes oscilações relativamente ao número de incêndios, mas os anos de 2013 e 2017 foram os que tiveram mais sinistros.

Em 2013 foram registados 5.655 fogos em habitações e 704 em indústria, oficina e armazém, totalizando 6.359 ocorrências, enquanto no ano passado os incêndios em habitações ascenderam aos 5.393 e os registados no setor da indústria 720, o que perfaz um total de 6.113.

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Entre 2014 e 2016, os números tiveram um ligeiro aumento de ano para ano, registando-se em 2014 um total de 5.720 ocorrências, das quais 5.092 habitacional e 628 em indústria, enquanto em 2015 ocorreram um total de 5.764 incêndios (5.082 no primeiro sector e 682 no segundo) e em 2016 um total de 5.826 (5.154 e 672).

Um dos últimos grandes incêndios urbanos em Portugal deu-se em 13 de janeiro numa associação recreativa de Vila Nova da Rainha, concelho de Tondela (distrito de Viseu), causando 11 mortos e vários feridos, o que levou a Confederação Portuguesa das Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto, em colaboração com a Autoridade Nacional de Proteção Civil, a divulgar um Manual de Prevenção e Boas Práticas nos Edifícios Associativos.

A ANPC é a entidade que em Portugal tem a competência para assegurar o cumprimento do regime de segurança contra incêndios em edifícios, que se baseia nos "princípios gerais da salvaguarda da vida humana, do ambiente e do património cultural, visando reduzir a probabilidade de ocorrência de incêndios ou limitar o seu desenvolvimento".

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Todos os edifícios e recintos são classificados em quatro categorias de risco de incêndio tendo em conta diversos fatores de risco como a sua altura, o efetivo (área útil multiplicada por índice de ocupação) e o número de pisos abaixo do plano de referência (piso de chegada dos meios de socorro).

De acordo com a legislação, todos os edifícios e recintos devem estar dotados de medidas de autoproteção, cujo conjunto de procedimentos é sujeito a parecer obrigatório da ANPC, com o objetivo de organizar e gerir a segurança de um edifício baseando-se na sua categoria de risco.

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