Portugal entre os países europeus com menos cuidados para idosos

90.4 por cento das pessoas com mais de 65 anos não tem acesso a serviços continuados de qualidade.

28 de setembro de 2015 às 12:22
idosos Foto: Reuters
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Portugal é dos países da Europa onde as pessoas idosas são mais abandonadas, com menos profissionais a elas dedicados e menos dinheiro alocado, diz um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), esta segunda-feira publicado.

A propósito do dia mundial do idoso, que se assinala na quinta-feira, a OIT publicou o estudo "Long-term care protection for older persons: A review of coverage deficits in 46 countries" (Proteção continuada a idosos: uma revisão de défice de cobertura em 46 países).

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O trabalho indica que no mundo são necessários 13,6 milhões de trabalhadores para haver uma cobertura universal em termos de cuidados continuados a pessoas com 65 e mais anos.

Falta de trabalhadores

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Na Europa, Portugal tem das mais baixas taxas segundo os quadros apresentados no estudo e que englobam muitos dos países (nem todos estão contemplados em todos os quadros do estudo): 0.4 trabalhadores formais por cada 100 idosos. A França tem 1.1, a Espanha 2.9, a Holanda 7.3 e a Noruega 17.1.

Estes números levam a que, salienta o estudo, mesmo países desenvolvidos da Europa, como a Irlanda, a França, a Eslováquia e Portugal, entre 56.6 e 90.4 por cento das pessoas com mais de 65 anos não tem acesso a serviços continuados de qualidade por falta de trabalhadores nessa área. Os 90.4, o número mais alto, referem-se a Portugal.

Os números indicam que a seguir a Portugal surgem a França e a Eslováquia, onde 73.5 por cento dos idosos não tem apoios de qualidade, seguindo-se a Irlanda (56.6), a República Checa (49.4) e a Alemanha (22.9). Na Estónia, no Luxemburgo, na Noruega, na Suécia e na Suíça a taxa de cobertura é de 100 por cento.

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O estudo hoje divulgado (que abarca 80 por cento da população com mais de 65 anos) salienta que mais de metade dos idosos do mundo não tem acesso a cuidados continuados de qualidade. Em África, salienta, mais de 90 por cento dos idosos não tem apoios.

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