Prematuros com vigilância médica até aos oito anos

Paralisia cerebral e autismo entre principais doenças.

04 de dezembro de 2016 às 09:35
Paralisia cerebral, prematuros, vigilância médica, autismo, doenças, bebés, crianças, gravidez Foto: Pedro Catarino
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Os riscos que um bebé prematuro (menos de 37 semanas de gestação) corre não se extinguem quando este tem alta da Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais. "A avaliação específica dos prematuros deve ser feita até aos oito anos. Embora existam estudos que apontem para o facto de o risco neurobiológico, ou seja, de sequelas de neurodesenvolvimento, se poder manifestar numa fase mais tardia", explica Andreia Leitão, pediatra do desenvolvimento no Progresso Infantil (PIN), em Oeiras.

A possibilidade de surgirem problemas neurológicos aumenta de forma exponencial num bebé que nasça com menos de 32 semanas de gestação e cujo peso seja inferior a mil e quinhentos gramas. "As principais sequelas são a paralisia cerebral, a perturbação de espetro do autismo, o défice cognitivo e a perturbação de hiperatividade e défice de atenção", explica a pediatra.

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As consultas do prematuro são realizadas às 40 semanas de idade corrigida, de três em três meses durante o primeiro ano de vida, de seis em seis meses no segundo ano, e de ano a ano a partir dos três anos.

"Se nas idades-chave detetarmos quaisquer alterações, atrasos ou desvios - a nível motor, cognitivo e de linguagem - podemos imediatamente solicitar uma intervenção precoce. Os exames globais de desenvolvimento são muito observacionais: ver a forma como a criança fala, interage e brinca - se encaixa ou não as formas, como é que pega nos objetos, se procura algo que esteja escondido", diz Andreia Leitão.

Segurar a cabeça aos três meses e gatinhar entre os nove e os 12 meses são dois marcos nos bebés a termo.

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Quando um prematuro não consegue atingir estas metas na idade corrigida, está-se perante um sinal de alarme.

"Mas temos de ter atenção, não posso comparar um bebé que nasceu há seis meses mas que tem três de idade corrigida com um bebé de seis meses a termo, pois iria notar um atraso enorme", ressalva Andreia Leitão.

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