Presidente da República solidário com judia alvo de ódio durante voto eleitoral

Esther Mucznik foi votar. Membro da mesa disse-lhe que não gostava do seu nome e criticou Israel.

17 de março de 2024 às 01:30
Esther Mucznik fez queixa na Comissão Nacional de Eleições Foto: Vitor Chi
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Esther Mucznik, um dos principais rostos da comunidade israelita em Portugal (foi vice-presidente da Comunidade Israelita de Lisboa), fez queixa na Comissão Nacional de Eleições por ofensas antissemitas.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, já lhe telefonaram, manifestando a sua solidariedade.

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No passado domingo, quando exercia o seu direito de voto em Miraflores (concelho de Oeiras), ouviu o membro da mesa da secção 17, a quem entregou o cartão de cidadão, dizer-lhe: “Não gosto!” Quando Esther o questionou, respondeu: “Não gosto do nome e de andarem por lá a fazerem massacres.” “Ele percebeu que eu era judia”, conta Esther Mucznik ao CM. “Foi uma manifestação de ódio, culpando-me pelo que se passa em Gaza”, relatou, anteriormente, num artigo de opinião no ‘Público’.

Questionada pelo CM sobre o conflito em Gaza, Esther Mucznik manifesta-se crítica do Governo de Netanyahu, o primeiro-ministro israelita. Defensora de dois Estados, sente-se, como judia, “refém da guerra”.

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“Receio que cresça o ódio contra Israel; Netanyahu não vai acabar com o Hamas”, sublinha. Filha de judeus polacos, Esther Mucznik nasceu em Portugal. O Holocausto fez vítimas na sua família.

“As primas da minha mãe viviam em Varsóvia. Nunca mais se soube delas”, conta ao CM

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