Governo aquece guerra com professores

Executivo não cedeu e decidiu que docentes vão recuperar dois anos, 9 meses e 18 dias.

05 de outubro de 2018 às 01:30
Semana ficou marcada por quatro dias de greve. Ontem foi na região Norte Foto: Lusa
Mário Nogueira Foto: Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof.
Mário Nogueira Foto: Nuno Alfarrobinha
Mário Nogueira, da Fenprof Foto: Sérgio Lemos

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Na véspera do Dia Mundial dos Professores, o Governo decidiu ‘premiar’ os milhares de docentes com a aprovação do decreto-lei que define que a recuperação de dois anos, nove meses e 18 dias do tempo de serviço congelado.

Uma medida que vai contra a exigência da classe -queriam ver contabilizados 9 anos, 4 meses e dois dias- e que abriu uma ‘guerra’ na geringonça.

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Paula Santos, deputada do PCP, quer o ministro Tiago Brandão Rodrigues no Parlamento "com caráter de urgência", acusando o Governo socialista de terminar "unilateralmente as negociações", o que considera uma intenção "ilegítima e injusta".

Joana Mortágua, do Bloco de Esquerda, afirma que "o tempo do Governo já passou" e que "agora é o tempo do Presidente da República decidir se vai promulgar ou não este erro". Já o partido ecologista Os Verdes acusa o executivo de António Costa de "claramente abrir uma guerra com os professores e outras carreiras".

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Já as estruturas sindicais, no último dos quatro dias de greve, reagiram com dureza. Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, diz que o decreto-lei "é uma declaração de guerra" e que confirma "a prepotência e inflexibilidade" do Governo.

João Dias da Silva, da FNE, garante que os sindicatos estão preparados para recorrer aos tribunais e avançar com "novas formas de contestação". 

Milhares manifestam-se hoje em Lisboa 

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O protesto começa às 15h00 na Alameda D. Afonso Henriques, desfilando depois pela avenida Almirante Reis em direção ao Ministério das Finanças, no Terreiro do Paço. A manifestação obrigará ao corte de trânsito em várias zonas da cidade.

Ministro diz que Governo foi "flexível"

"Muitos docentes vão poder acelerar as suas progressões já a partir de 1 de janeiro", frisou.

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SAIBA MAIS 

23

Os pedidos de fiscalização sucessiva da constitucionalidade do decreto-lei pode ser feito por um mínimo de 23 deputados. O BE tem 19, o PCP tem 15 e o PEV tem 2. PS conta 86 deputados e o PAN tem um. À direita, PSD tem 89 e CDS-PP tem 18.

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Escalões

Em 2019, segundo contas do Governo, devem subir de escalão 13 264 professores. No entanto, só 1116 é que deverão ter aumento salarial em função da recuperação do tempo de serviço congelado.

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