Professores contra estudo sobre recuperação do tempo de serviço
Movimento Missão Escola Pública contesta custo de €11,7 mil milhões até 2077.
O movimento de professores Missão Escola Pública (MEP) contesta os resultados do recente estudo da NOVA SBE, que aponta um custo total de 11,5 mil milhões de euros, até 2077, com a reposição do tempo de serviço dos docentes. O MEP critica a "falta de rigor", nomeadamente o facto de o estudo referir dados até 2077.
“Além de fazer uma projeção a mais de 50 anos - sendo que a idade média dos professores é de 50 anos, o que implicaria que, em 2077, teriam 102 anos —, o estudo revela-se completamente exagerado”, afirma.
Criticam também o facto de o estudo defender que a recuperação do tempo de serviço é uma medida “intergeracionalmente injusta” porque os montantes utilizados poderiam servir para aumentar os salários dos docentes mais jovens. O MEP afirma que “o congelamento do tempo de serviço não abrangeu diferentes gerações, pelo que uma análise nessa perspetiva não faz qualquer sentido”. E considera que “o que este estudo propõe equivale a alguém ser assaltado, as autoridades recuperarem o saque e, em vez de o devolverem ao lesado, redistribuírem-no parcialmente por outros, supostamente mais carenciados”.
“A geração que sofreu o congelamento não pode ser penalizada de duas formas (através do congelamento de carreiras na sua geração e através de uma falsa recuperação do tempo roubado que ainda assim não coloque em causa a futura geração de professores”, afirma o MEP.
Na sua “nota de repúdio”, o movimento de docentes sugere a realização de um estudo “que procure apurar quanto perderam os professores com o congelamento das carreiras e a tardia recuperação do tempo de serviço” ou “quanto custa à sociedade uma população com falta de instrução”. “Seria, certamente, um contributo mais relevante para o país do que a projeção de cifras sem correspondência com a realidade”, destaca o MEP.
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