Professores aumentam pressão sobre Costa
Sindicatos vão à residência do primeiro-ministro mostrar disponibilidade para negociar.
Os dirigentes de 10 estruturas sindicais de professores vão esta quarta-feira à residência oficial do primeiro-ministro, António Costa, em Lisboa, para entregar uma proposta e mostrar disponibilidade para negociar a recuperação do tempo de serviço congelado.
"Queremos dizer ao Governo, logo no primeiro dia de aulas do 2º período, que temos disponibilidade para começar a negociação. Havendo vontade política, janeiro pode ser suficiente", afirmou ao CM Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof.
Os sindicatos vão entregar umaproposta que prevê a recuperação integral dos 9 anos, 4 meses e 2 dias até 2025, tal como foi aprovado na Madeira. Mas vão também propor que o tempo possa ser convertido na "dispensa de quotas para acesso a vagas" nos 5º e 7º escalões. Os sindicatos reiteram ainda a proposta de utilizar o tempo recuperado para antecipar a aposentação. "Pouparia dinheiro ao Ministério da Educação e seria aproveitado por muitos professores", defende Nogueira.
A Lei do Orçamento do Estado (OE) de 2019 determinou que o Governo negoceie com os sindicatos a recuperação do tempo de serviço, depois de todos os partidos, exceto o PS, terem rejeitado a proposta de devolver só 2 anos e 9 meses. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, baseou-se na Lei do OE para não promulgar o diploma dos 2 anos e 9 meses.
Chefe de Governo não estará no local
António Costa não estará na residência oficial em São Bento, Lisboa, quando os dirigentes sindicais ali se deslocarem, às 12h00. Nessa altura, o chefe do executivo deverá estar perto (cerca de 2 quilómetros), em mais uma reunião do Governo na Presidência do Conselho de Ministros.
Centenas de escolas "ainda" com amianto
O Sindicato de Todos os Professores (STOP) denunciou esta quarta-feira em Coimbra que centenas de escolas continuam com amianto. "É mais um exemplo da falta de palavra do primeiro-ministro", diz o movimento, que lembrou a promessa de António Costa, "em retirar o amianto nos edifícios públicos até ao final de 2018".
Segundo o STOP, "só no parque escolar são centenas de escolas que continuam expostas às partículas cancerígenas".
PORMENORES
Maior abaixo-assinado
A plataforma sindical anunciou que vai promover "o abaixo-assinado maior de sempre de professores". Os docentes vão ser convidados a subscrever um texto que suporta a proposta que os sindicatos entregam hoje ao Governo.
Cerca de 30 dirigentes
A delegação que hoje vai comparecer na residência oficial do primeiro-ministro deverá ser formada por cerca de três dezenas de sindicalistas de 10 organizações. Os docentes serão recebidos por um assessor de António Costa.
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