SNS com fatia do orçamento mais pequena dos últimos 15 anos

Presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares culpa ministério das Finanças.

21 de julho de 2018 às 13:36
Exames médicos Foto: Getty Images
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O Serviço Nacional de Saúde (SNS) recebeu a fatia do Orçamento mais baixa dos últimos 15 anos, denuncia o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, Alexandre Lourenço, com base em dados da Conta Satélite da Saúde. Em 2018 o SNS recebeu apenas 4,3% da riqueza do país.

Nem durante o período alto da crise a percentagem do produto interno bruto (PIB) dedicada à prestação de cuidados nas unidades de saúde públicas foi tão pequena. Quer em 2012 e 2013 o valor ficou acima dos 4,6%.

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"Em 2019, têm de ser dados sinais claros de defesa do SNS porque este ano tivemos o orçamento mais baixo dos últimos anos, em percentagem do PIB", disse Alexandre Lourenço ao Expresso, avançando ainda que é necessário "passar das palavras aos actos" acrescentando que "do ponto de vista da despesa pública, tem de existir claramente um investimento no SNS".

O presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares criticou as Finanças pelos custos elevados no tratamento dos doentes já que o SNS se está a financiar "junto dos fornecedores" e que o atraso nos pagamentos repercute-se "no custo da aquisição de bens e serviços, com um aumento de 5% a 10%".

Segundo Alexandre Lourenço, aquilo a que se chama falta de médicos é, afinal, dispersão e resolve-se com a concentração de profissionais e de serviços, sobretudo das Urgências. "Esse trabalho está por acontecer na Grande Lisboa. Não existe nenhum lugar no mundo onde num raio de dez minutos existem quatro ou cinco hospitais a oferecer serviços especializados", salienta ainda Alexandre Lourenço ao jornal semanário.

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O gestor revela ainda a falta de equipamentos no Interior, destacando a falta de um mamógrafo no Algarve, ou de produtos básicos, caso de água oxigenada em Évora. "São injustificáveis falhas de medicamentos ou de bens de utilização corrente. É absurdo mesmo nas actuais condições."

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