TAP rejeita discriminação etária na política de recrutamento

Companhia aérea diz que só este ano "foram contratados oito tripulantes com mais de 40 anos.

10 de novembro de 2017 às 21:37
Avião da Tap em Angola Foto: Bruno Fonseca/Lusa
TAP Foto: CMTV
TAP, Ministério Público, Sonair, Sonangol, Fernando Sobral, economia, negócios e finanças, transportes, aviação, Informação sobre empresas, grandes empresas Foto: Fernando Ferreira

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A TAP rejeitou hoje que existam práticas discriminatórias em função da idade nos processos de recrutamento da empresa, garantindo que atualmente não vigora "qualquer coeficiente variável indexado à idade do candidato".

Depois de o PS ter voltado hoje a questionar o Governo sobre a "alegada discriminação etária" na política de recrutamento da TAP, indicando que teve conhecimento de que a situação se mantém, fonte oficial da TAP disse à Lusa que "não existe atualmente em nenhum regulamento da TAP em vigor qualquer coeficiente variável indexado à idade do candidato".

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A mesma fonte indicou, "a título de exemplo", que este ano "foram contratados oito tripulantes (assistentes de bordo e pilotos) com mais de 40 anos, estando ainda em formação vários candidatos nessa mesma faixa etária".

Em comunicado hoje enviado, o grupo parlamentar do PS referiu que em causa está "a manutenção de comportamentos que os socialistas já tinham denunciado em 2016" e que "estará na mesma", nomeadamente "uma política interna de discriminação dos candidatos à TAP em função da sua idade, sem que essa discriminação [tenha] qualquer relação com contingências ou exigências das vagas".

Nas questões colocadas ao Governo, os socialistas recordam que a TAP anunciou em janeiro que iria prescindir dessa prática, mas dizem que "a situação estará na mesma" e que o grupo parlamentar "voltou a receber elementos que sustentam a manutenção desta política".

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Em concreto, o problema é que o "regulamento para seleção de comissários/assistentes de bordo com experiência e certificação/qualificação A320" prevê que seja aplicado aos candidatos "um coeficiente variável consoante a idade, tornando-o um fator preferencial de exclusão".

Os deputados do PS entendem que esta situação é "especialmente grave, não só por manter uma política discriminatória que a TAP deveria abandonar, mas sobretudo por contradizer aquilo que já tinha sido oficialmente comunicado à Assembleia da República".

Os parlamentares questionam o ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, sobre se tem conhecimento de que a TAP, "contrariando os esclarecimentos anteriormente prestados", mantém esta política de recrutamento e sobre se "vai dar indicações à empresa para corrigir esta prática".

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O deputado Tiago Barbosa Ribeiro, citado na nota, afirma que "não são admissíveis quaisquer situações de discriminação laboral" e sublinha que elas "são especialmente graves em empresas participadas pelo Estado".

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