Trabalhadores das IPSS exigem aumentos salariais generalizados de 35 euros

Funcionários recusam propostas patronais para limitar aumentos "não simbólicos" aos mais mal pagos.

01 de outubro de 2020 às 13:42
Crescimento da receita foi superior ao da despesa Foto: Getty Images
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Os 40 mil trabalhadores das instituições particulares de solidariedade social (IPSS) exigem atualizações salariais generalizadas no setor de pelo menos 35 euros mensais, recusando propostas patronais para limitar aumentos "não simbólicos" aos mais mal pagos.

A exigência foi sublinhada hoje pelos profissionais do setor durante uma concentração junto à sede da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), na zona histórica do Porto, que juntou dezenas de participantes.

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"Todos têm direito a ser aumentados dignamente", sublinhou à Lusa Célia Lopes, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), uma das estruturas envolvidas no protesto.

"Trinta e cinco euros para todos é o mínimo que se pode reivindicar. Não podemos ficar por 'aumentos simbólicos'. É preciso valorizar significativamente quem, de uma forma exemplar, cumpre o seu papel, mesmo vendo os seus direitos coletivos serem atropelados todos os dias", explicou a sindicalista, adiantando que a CNIS pretende que a partir de determinado nível salarial os aumentos sejam percentuais e de apenas 1%.

Na perspetiva sindical, importa valorizar todas as carreiras de quem "num momento particularmente difícil", marcado pela pandemia da covid-19, "não abandona utentes e trabalha no limite das suas forças e capacidades, dando o melhor de si para cuidar dos que mais necessitam".

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O CESP afirma que os trabalhadores das IPSS "foram obrigados pelo Governo e instituições a trabalhar 10, 12, 24 horas seguidas, sete ou 14 dias consecutivos".

Foram também, como assinala, "impedidos de gozar férias, de rescindir contratos de trabalho e até de prestar assistência aos seus filhos", sem pagamentos extraordinários.

"Sendo professores e educadores, auxiliares de ação educativa e trabalhadores dos serviços gerais, todos foram poucos para as necessidades e todos responderam positivamente ao apelo feito para que nenhum cuidado faltasse a nenhum utente", acrescenta o sindicato.

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Em 23 de setembro, a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais organizou uma ação semelhante junto à porta do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, em Lisboa.

Segundo dados sindicais, oito em cada 10 trabalhadores das IPSS recebem o salário mínimo nacional.

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