Trabalhadores dos bares dos comboios da CP em greve a partir de terça-feira
Desde a entrada do Instituto Técnico de Alimentação Humana na exploração deste serviço já foram realizados 16 dias de greve.
Os trabalhadores dos bares dos comboios de longo curso da CP - Comboios de Portugal vão estar em greve a partir desta terça-feira e sem data de término para reivindicar o cumprimento do acordo de empresa em vigor.
Em comunicado esta segunda-feira divulgado, a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT) acusa o Instituto Técnico de Alimentação Humana (ITAU), empresa que explora o serviço de refeições dos comboios de longo curso Alfa Pendular e Intercidades desde abril deste ano, de se recusar a "cumprir o acordo de empresa (AE) em vigor para os trabalhadores".
Em causa estão as "escalas de horários que respeitem a carga horária de 8 horas diárias e de 35 horas semanais", o "pagamento do trabalho ao sábado e domingo com um acréscimo de 25%" e o "pagamento do subsídio de refeição diário de 11,50 euros e 13 euros".
Estão ainda em causa o "pagamento das diuturnidades no valor de 20 euros cada", o "pagamento dos prémios de responsabilidade e subsídio de transporte", conforme previsto no acordo em vigor, bem como "uma negociação séria que permita a revisão do AE em 2026", enumera a federação.
Deste modo, "os trabalhadores que exercem a sua atividade profissional nos bares dos comboios de longo curso Alfa Pendular e Intercidades vão realizar uma greve, com início a 30 de dezembro e sem data de término, para exigir respeito e o cumprimento integral" deste acordo, adianta a FESAHT.
Na mesma nota, a federação dá conta de que tem aguardado desde julho "a marcação de uma reunião e a apresentação de uma proposta por parte da Administração do ITAU, reunião essa que foi sucessivamente adiada pela empresa e que se veio a realizar no passado dia 10 de dezembro", mas em que não foi apresentada "qualquer proposta que pudesse pôr termo ao conflito laboral" e em que, segundo a FESAHT, "transmitiu uma posição final de que não vai cumprir o AE, mostrando-se ainda indisponível para uma negociação com vista à sua revisão em 2026".
"Limitou-se a prometer uma revisão salarial em linha com a associação patronal AHRESP e voltou a acenar --- como já o tinha feito em julho --- com uma proposta de incentivos, sem, contudo, concretizar qualquer proposta", acrescenta, considerando que esta posição "é ilegal e constitui uma afronta aos trabalhadores".
A FESAHT, afeta à CGTP, propõe aumentos salariais "em linha com os apresentados para outros setores e empresas", de 15%, num mínimo 150 euros, e que o salário mínimo nos bares dos comboios seja de 1.050 euros.
Desde a entrada da ITAU na exploração deste serviço já foram realizados 16 dias de greve.
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