Urgência pediátrica em situação crítica

A Ordem dos Médicos voltou a alertar para o "cenário muito grave" da urgência pediátrica do Hospital Garcia de Orta, em Almada, avisando que o serviço poderá encerrar alguns dias em abril. A Ordem lembra que, apesar do alerta feito há dois meses e da "insistência" do Sindicato Independente dos Médicos, "a falta de pediatras no Hospital Garcia de Orta agravou-se". "Em abril, a escala de urgência pediátrica pode deixar de estar assegurada, pelo que o serviço corre o risco de ser encerrado alguns dias ou em alguns períodos",denuncia a Ordem.

Na sequência do alerta da Ordem dos Médicos, o conselho de Administração do Garcia de Orta esclarece que está a "diligenciar medidas que permitirão colmatar a falta de médicos nos dias considerados mais críticos". Esclarece o hospital que "as três vagas atribuídas pelo Ministério da Saúde, no concurso recente, não foram ocupadas, apesar de terem identificado alguns candidatos interessados e que posteriormente não aceitaram". Avança o hospital que espera resolver a falta de médicos em quatro a cinco dias mais críticos com "o ajustamento da escala de abril".

"Irão, entretanto, ser propostas contratações diretas de dois novos especialistas, cuja concretização se espera poder ocorrer em maio", adianta o hospital, que conta ainda com um pediatra cedido pelo Centro Hospitalar Lisboa Ocidental. Um outro médico iniciará funções dentro de poucos dias.

"Faltam médicos para contratar"

A administração do Hospital Garcia de Orta avançou que o "processo de recrutamento de mais médicos tem estado e continuará aberto, até que seja possível colmatar as saídas ou impedimentos, por licenças, doenças ou outras causas. Substituição que não tem sido possível face à ausência de médicos para contratar".

Maioria dos casos pouco prioritários

"Mais de 70% dos atendimentos na Urgência Pediátrica são situações de baixa prioridade e que não inspiram cuidados de maior" divulgou o Hospital Garcia de Orta, que, dentro de uma semana, avança com uma campanha com a colaboração das escolas e autarquias de Almada e Seixal que visa que os centros de saúde assegurem o atendimento em primeira linha.