Verbas do Erasmus geram polémica
A Universidade Nova de Lisboa (UNL) decidiu atribuir 73 mil euros que sobraram do programa Erasmus, no último ano lectivo, a apenas 27 dos 464 alunos envolvidos, gerando uma onda de indignação. As verbas recebidas pelos estudantes variam entre os mil e os 3500 euros. Confrontada pelo CM, a UNL alega que não distribuiu o dinheiro por todos por falta de tempo.
Segundo Luís Espinha da Silveira, coordenador institucional Erasmus da UNL, “só no dia 16 de Outubro” foi apurada a verba sobrante e a universidade tinha até final de Outubro para a distribuir e redigir o Relatório Final Erasmus. “A universidade apenas dispunha da semana de 19 a 23 de Outubro para receber os estudantes a quem a verba seria atribuída. Neste prazo tão exíguo, de cinco dias úteis, não era possível contactar e atender os 464 estudantes que fizeram mobilidade Erasmus em 2008/09”, afirmou o responsável, explicando que o número de alunos contemplado foi baseado num cálculo dos que seria possível receber naquele período de tempo.
Na distribuição da verba, a UNL quis premiar os estudantes com melhor aproveitamento. “Dividiu-se o número de créditos realizados por cada um pelo número de meses de mobilidade”.
A UNL explicou que a verba sobrante foi “decorrente do facto de alguns beneficiários [estudantes e docentes] não terem cumprido a sua mobilidade e de ter sobrado verba em algumas rubricas não relacionadas com a mobilidade de estudantes”.
Questionada pelo CM sobre se o dinheiro não deveria ter sido devolvido à Agência Nacional para o Programa de aprendizagem ao Longo da Vida, entidade que gere as verbas, a UNL afirmou que “isso implicaria uma diminuição substancial do financiamento do Programa Erasmus nesta universidade no próximo triénio”. E garantiu que não foi cometida qualquer ilegalidade: “Todos os termos contratuais foram respeitados.”
PORMENORES
ABAIXO-ASSINADO
Um abaixo-assinado de 52 alunos foi entregue na sexta-feira ao coordenador Espinha da Silveira.
157 EUROS PARA TODOS
A UNL alega no seu site que dividir a verba por todos os alunos dava um valor "reduzido": 157 euros a cada um.
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