Viagens de residentes caem 41,1% em 2020 e atingem valor mais baixo da década

As viagens nacionais diminuíram 35,7% e as viagens ao estrangeiro decresceram 78,1%.

28 de abril de 2021 às 12:25
Viagens em tempos de pandemia Foto: Getty Images
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As viagens realizadas por residentes caíram 41,1% no conjunto do ano passado, face a 2019, atingindo um total de 14,4 milhões, o valor mais baixo da última década, segundo dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

As viagens nacionais diminuíram 35,7% e as viagens ao estrangeiro decresceram 78,1% (depois de subidas de 9% e 24,7%, respetivamente, em 2019).

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Considerando as viagens realizadas no total do ano, o motivo "lazer, recreio ou férias" esteve associado a 54,1% do total (7,8 milhões de viagens, uma redução homóloga de 35,6%) e a "visita a familiares ou amigos" foi o motivo de 33,8% das viagens (4,9 milhões de viagens, uma redução homóloga de 47,3%).

Os motivos "profissionais ou de negócios" representaram 7,1% do total, num total de um milhão de viagens, menos 49,5% face a 2019.

No conjunto do ano, as viagens para o estrangeiro decresceram 78,1% (depois de uma subida de 24,7% em 2019), representando 4,7% do total (menos 8 pontos percentuais), a maioria para "lazer, recreio ou férias" (com um peso de 43,9%, menos 15,8 pontos percentuais).

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As viagens nacionais diminuíram 35,7% em termos homólogos (depois da subida de 9% em 2019), tendo sido também o motivo "lazer, recreio ou férias" aquele que esteve associado à realização de mais viagens (com peso de 54,6%, mais 6,6 pontos do que no ano anterior).

Considerando apenas o quarto trimestre de 2020, segundo o INE, o impacto da pandemia covid-19 e a implementação de medidas mais restritivas à circulação, em especial nos meses de novembro e dezembro, continuou a fazer-se sentir no número de viagens realizadas, tendo os residentes em Portugal realizado 2,3 milhões de viagens, o que correspondeu a um decréscimo homólogo de 57,4%, refere.

Nos últimos três meses do ano, as viagens em território nacional concentraram 97,4% das deslocações (2,3 milhões), revelando um decréscimo de 53,2%.

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Já as viagens com destino ao estrangeiro diminuíram 90,3%, totalizando 61,6 mil e correspondendo a 2,6% no total (2,5% no terceiro trimestre).

Os "hotéis e similares" asseguraram 10,2% das dormidas no quarto trimestre de 2020, perdendo representatividade, com menos 12,1 pontos percentuais, face ao mesmo período de 2019 e o "alojamento particular gratuito" manteve-se como a principal opção de alojamento (85,7% das dormidas), registando um aumento de 12,1 pontos percentuais no peso total.

No conjunto de 2020, em termos regionais, segundo o INE, a região Centro continuou como a principal região de destino das viagens realizadas em território nacional, concentrando 32,4% do total (uma queda de 0,6 pontos percentuais face a 2019), seguindo-se a região Norte (21,8% do total, com uma queda de 0,7 pontos percentuais).

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O Algarve foi a região que mais preponderância ganhou face a 2019 (com mais 3 pontos percentuais em termos homólogos), tendo sido o destino de 16,1% das viagens nacionais, suplantando a Área Metropolitana de Lisboa (com 15,9% das viagens, uma queda de 1,5 pontos percentuais).

Entre os principais países de destino no âmbito das deslocações ao estrangeiro, Espanha e França mantiveram a primeira e a segunda posições, respetivamente, com 30,3% (-2,3 pontos percentuais) e 16,1% (mais 3,8 pontos percentuais) das viagens.

O Reino Unido, por sua vez, ascendeu à terceira posição com 8,4% (mais 2,4 pontos percentuais em termos homólogos), lugar ocupado pela Itália em 2019 que desceu para a sexta posição (5,5% face aos 6,2% registados em 2019).

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Entre as viagens realizadas ao estrangeiro, 79,4% tiveram como destino os países da União Europeia (mais 3,8 pontos percentuais face a 2019).

No total do ano de 2020, cada turista pernoitou, em média, 6,72 noites (5,45 em 2019 e 5,63 em 2018), tendo-se verificado valores muito elevados nos primeiros meses da pandemia (9,2 noites em março e 8,0 noites em abril de 2020), destaca o INE.

As viagens com marcação prévia representaram 31,4% do total de viagens realizadas em 2020 (-3,9 pontos percentuaais face a 2019) e 85,9% das destinadas ao estrangeiro (-4,9 pontos percentuais).

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O recurso à Internet ocorreu em 20,7% (-1,1 pontos percentuais) das viagens em 2020, valor que sobe para 69,9% quando se consideram apenas as viagens ao estrangeiro.

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