Vírus da gripe A sem mutação
A Direcção-Geral da Saúde e o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) negaram ontem ao CM a existência de casos de mutação de resistência do vírus da gripe A em Portugal. De acordo com o infecciologista Jaime Nina, do INSA, são realizadas regularmente várias análises a casos suspeitos de mutação.
"Fazemos análises a todos os doentes falecidos por gripe A, aos pedidos dos hospitais que suspeitam de algum caso e também analisamos amostras aleatoriamente". Até quarta--feira "não havia um único caso confirmado de mutação de resistência do vírus da gripe A". De acordo com o director-geral da Saúde, Francisco George, estão em análise dois casos.
Jaime Nina explicou que uma eventual mutação do vírus poderá levar à falta de eficácia do antiviral Tamiflu, administrado aos casos graves de gripe A.
O médico de saúde pública Mário Carreira, da DGS, explica que "os doentes que morreram com gripe A tomaram Tamiflu e a morte ocorreu porque tomaram o antiviral tarde demais, pois o tratamento perde eficácia se não for feito nas 48 horas após surgirem os primeiros sintomas gripais, ou porque os danos causados pelo vírus foram tão graves que não resistiram". Segundo o especialista, os doentes podem ficar em coma depois da destruição do vírus. Actualmente há um paciente em coma desde o Verão. O número de óbitos por gripe A aumentou para 48, com a morte de um homem de 41 anos, e de uma mulher, de 47 anos, ambos com factores de risco.
A morte de André Dang, de 14 anos, continua por explicar. A família não acredita que a causa de morte tenha sido a gripe A.
INQUÉRITO A EVENTUAL ERRO
A Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo instaurou um inquérito para apurar responsabilidades sobre um eventual erro de diagnóstico a uma mulher que está em estado crítico no Hospital Curry Cabral (Lisboa) depois de ter sido mandada para casa por dois médicos. A doente é suspeita de ter contraído o vírus H1N1, fonte hospitalar diz que a suspeita ainda não foi confirmada. "Antes de ser internada foi devidamente assistida. É uma mulher com elevado risco de insuficiência respiratória. É fumadora, sofre de obesidade mórbida e cancro na tiróide", disse Rui Sousa Santos, presidente da ULSBA. Maria Nobre, 46 anos, luta contra uma pneumonia bilateral e falência pulmonar. Estava em casa em Garvão, Ourique, quando começou a ter tosse e dores no corpo. Em 24 horas foi à Urgência em Castro Verde e à médica de família, em Ourique. O marido, Manuel Fernando, vai apresentar queixa às autoridades de saúde.
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