Concretização do projeto "contribuirá para os objetivos estratégicos do país em matéria de sustentabilidade".
Um estudo classifica como viável ambiental e socialmente a criação de um sistema de armazenamento de energia por bombagem na ilha cabo-verdiana de Santiago, um dos projetos apoiados pela União Europeia (UE).
A concretização, na ilha de Santiago, "contribuirá para os objetivos estratégicos do país em matéria de sustentabilidade, segurança energética e adaptação às alterações climáticas", indica-se no documento consultado pela Lusa.
Entre as medidas de mitigação sugeridas, defende-se um envolvimento da população em temas como alteração de caminhos e expropriações no meio rural de implantação, Ribeira Grande de Santiago (município com cerca de 7.500 habitantes).
Depois, durante as obras, "o empreiteiro deverá preparar um plano de recrutamento que seja transparente, de modo a garantir que as comunidades mais próximas do projeto tenham prioridade", acrescenta-se no estudo.
Na fase de operação, o estudo de impacto recomenda medidas "para prevenir e controlar possíveis efeitos ambientais adversos, relacionados com a erosão, qualidade da água nos reservatórios, ruído e vibrações, qualidade do ar, descarga da salmoura da dessalinizadora", sendo necessário o "envolvimento das comunidades locais através de iniciativas de informação, educação e comunicação".
Por exemplo, os dois reservatórios do projeto "não poderão ser usados pela população, estarão vedados e não será permitido tirar água de lá ou levar o gado a beber, nem tomar banho - o que seria perigoso", assinala-se.
Entre as atividades de seguimento, recomenda-se "o controlo dos mosquitos e outros vetores associados ao meio hídrico passíveis de transmitirem doenças relevantes em termos de saúde pública" com o envolvimento do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP).
No estudo aponta-se o projeto como uma "resposta estratégica à necessidade de Cabo Verde acelerar a transição energética, reduzindo a dependência de combustíveis importados" que ainda alimentam as centrais elétricas.
Se não se concretizasse, haveria "consequências negativas relevantes para o desenvolvimento sustentável" do arquipélago, nomeadamente, para a meta de atingir 50% de eletricidade produzida por fontes renováveis até 2030 – que depende da operação deste sistema de armazenamento com bombagem.
Numa análise às alterações climáticas na ilha de Santiago, citada no estudo, indica-se "uma tendência clara de aumento da temperatura média anual, projetada para continuar nas próximas décadas", a par de uma "subida do nível médio do mar", com uma projeção até 18 centímetros em 2090. "Paralelamente, observa-se uma tendência de diminuição da precipitação", acrescenta-se.
O sistema de armazenamento de energia por bombagem vai funcionar como "uma grande bateria recarregável", explica-se no estudo. "Só que, neste caso, a bateria é a água que andará a circular entre os dois reservatórios": quando houver mais eletricidade por via eólica ou solar a ser produzida do que a que é precisa na ilha de Santiago, a energia sobrante "será usada em bombas para enviar água do reservatório inferior para o reservatório superior", a 300 metros de altitude, "ficando lá armazenada".
Nas horas em que o consumo de eletricidade na ilha seja maior, abre-se o reservatório superior e a água passará para o inferior por turbinas de uma central elétrica, produzindo energia "para ser usada em toda a ilha".
Será preciso encher o sistema com 400 mil metros cúbicos de água para começar a funcionar e as perdas que não sejam compensadas com chuva (que é rara) serão cobertas com água proveniente de uma dessalinizadora – sem prejuízos para a rega ou consumo.
O estudo de impacto ambiental foi elaborado pela empresa portuguesa Aqualogus em parceria com a empresa cabo-verdiana Ambiconsult e está em consulta pública.
O projeto de armazenamento de energia por bombagem na ilha de Santiago é apoiado em 60 milhões de euros pelo Banco Europeu de Investimentos e faz parte do pacote Global Gateway em Cabo Verde (que totaliza 378 ME).
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