UMAR aponta 39 tentativas de homicídio em 2015
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Vinte e nove mulheres foram assassinadas pelos seus companheiros em 2015, em contexto de violência doméstica. Os números são hoje revelados pelo Observatório de Pessoas Assassinadas da UMAR (União de Mulheres Alternativa e Resposta), associação que defende as mulheres vítimas deste tipo de crimes.
Em 2015 O observatório identificou ainda outros quatro homicídios de mulheres - ocorridos, um em 2012, um em 2013 e dois em 2014 - que não haviam sido contabilizados anteriormente.
Os dados revelam uma descida dos chamados ‘femicídios’ em relação a 2014, ano em que o Observatório registou 49 mortes.
O relatório analisa as relações entre vítimas e agressores, para concluir que, em 52% dos casos, os intervenientes mantinham uma relação íntima à altura do crime. Em 35% dos casos essa intimidade já tinha existido no passado. Ou seja, das 29 mulheres assassinadas, 15 foram vítimas do marido ou do companheiro atual e outras 10 de um ex-parceiro.
Quanto às idades das vítimas, 59% tinham idade superior a 51 anos, sendo que 31% estavam na faixa etária de mais de 65 anos (9 casos). A idade dos agressores é, na maioria dos casos (38%), entre os 36 e os 50 anos.
Os distritos com mais casos registados são o Porto, com 7 homicídios, e Lisboa, com 6. Analisando os anos anteriores, o Observatório diz que "entre os anos 2004 a 2015 verificamos que os distritos de Lisboa (94), Porto (61) e Setúbal (45) continuam a assumir taxas de incidência preocupantes perfazendo um total de 200 dos 432 femicídios praticados nesse período".
Seguindo a tendência que vem dos anos anteriores, mais de metade dos homicídios de mulheres (18 dos 29) aconteceu em casa das vítimas. Cinco foram assassinadas na via pública e outras quatro no local de trabalho.
A arma mais utilizada neste crime foram as armas de fogo, usadas em 15 dos homicídios. A maior parte dos casos resultou de uma situação continuada de violência doméstica que já vinha de trás. Em 66% dos casos já tinha havido episódios de violência na relação. De notar que, em 15 dos casos, o homicida suicidou-se logo após cometer o crime contra a mulher e um outro home matou-se na prisão.Nos restantes 14 casos, 12 agressores foram postos em prisão preventiva, não havendo informação sobre os outros dois casos.
73 filhos são vítimas indiretas
As contas do Observatório da UMAR revelam uma outra realidade associada à violência doméstica. A organização contabiliza 73 filhos associados a mulheres vítimas de homicídios ou tentativas de homicídio. Dois destes filhos foram também mortos pelos agressores e 16 assistiram aos crimes cometidos contra as mães ou madrastas. Quanto às relações de parentesco, 24 eram filhos da vítima, 41 eram filhos comuns (da vítima e do agressor) e 8 dos filhos ou filhas eram-no somente do agressor. A maioria dos filhos (29) tinha mais de 18 anos à altura dos crimes, o que mostra que a saída dos descendentes de casa faz aumentar as probabilidades de acontecer um crime.
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