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Sindicatos dos professores contestam João Costa na OCDE

Secretário de Estado preside a colégio que define perfil de cada país na aprendizagem e condições de trabalho dos docentes.

16 de setembro de 2018 às 09:45

O secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, contesta o acumular de funções por parte do secretário de Estado da Educação, João Costa, que é também presidente do órgão da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) responsável pelo ‘TALIS - Inquérito Internacional de Ensino e Aprendizagem’.

Recorrendo ao provérbio "à mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta", Mário Nogueira disse ao CM que "embora João Costa tenha esclarecido que nada tem a ver com a produção dos dados, acaba por gerar confusão um governante ter um cargo na OCDE. E a prova disso é que acabou por ter necessidade de explicar-se".

João Costa detém o cargo de presidente do conselho de direção do TALIS. O Ministério da Educação (ME) explicou este sábado, na sequência de uma notícia do ‘Sol’, que na OCDE o secretário de Estado da Educação "não dirige o trabalho especializado de peritos, nem toma decisões sobre os estudos de avaliação de políticas".

O ME afastou também qualquer intervenção de João Costa no Centro para a Inovação e Investigação Educacional, o organismo da OCDE que, no relatório o ‘Panorama da Educação’, conclui que um professor em Portugal possui um salário superior à média dos trabalhadores com idênticas habilitações profissionais. Esclareceu ainda o ME que "o TALIS - da responsabilidade de João Costa - não é um relatório sobre carreiras e salários". O TALIS visa traçar "um perfil de cada país sobre a aprendizagem".

Questionado pelo CM sobre se João Costa irá deixar o cargo na OCDE, o gabinete de comunicação do ME remeteu para a nota de esclarecimento, que nada avança sobre essa possibilidade.

Professores negam dados em que são dos licenciados com os salários mais elevados

Os professores contestaram o último relatório da OCDE. Para Mário Nogueira, da Fenprof, o estudo só leva em conta a componente letiva no tempo de trabalho.

Segundo o Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, um docente em início de carreira recebe 1003 euros líquidos mensais. A OCDE indica 2026 euros. O valor é um cálculo onde o salário é valorizado perante Portugal ter um custo de vida mais baixo do que a média da OCDE.

CDS quer ministro no Parlamento para explicar vouchers

O CDS vai chamar "com caráter de urgência" o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, ao Parlamento por considerar que o sistema de vouchers para a entrega de manuais escolares gratuitos está a gerar um bloqueio e a prejudicar alunos e famílias.

"Há um atraso significativo na entrega dos livros escolares ao abrigo do programa de vouchers e temos nota de que há muitas famílias que ainda não receberam os manuais", referiu a deputada do CDS Ana Rita Bessa.

SAIBA MAIS

16%

do tempo de trabalho dos professores é dedicado a tentarem pôr ordem na sala de aulas, divulgou o relatório TALIS de 2013. Apenas 10% considera que a profissão é valorizada pela sociedade.

TALIS publicado em junho

O próximo relatório TALIS, com dados de 45 países, será publicado em junho de 2019. Os dados foram recolhidos entre março e maio.

Quatro mil respostas

O relatório sobre Portugal tem por base a resposta de 4 mil professores. São 20 docentes por cada uma de 200 escolas. As respostas são confidenciais.

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