Plano representa um investimento de cerca de 4,3 milhões de euros, para 30 projetos.
O vereador dos Direitos Sociais na Câmara de Lisboa, Manuel Grilo (BE), afirmou esta quarta-feira ter a ambição de tirar todas as pessoas em situação de sem-abrigo da rua até 2021.
"A minha visão é retirar todas as 361 pessoas da rua no decorrer deste plano municipal para as pessoas em situação de sem-abrigo", disse hoje o autarca do BE, partido que tem um acordo de governação do concelho com o PS.
Manuel Grilo falava na reunião pública do executivo, a decorrer esta tarde nos Paços do Concelho, no âmbito da discussão do Plano Municipal para a Pessoa em situação de Sem-Abrigo (PMPSA) 2019-2021, aprovado por unanimidade para efeitos de submissão a discussão pública.
Apresentando o plano, o diretor do departamento dos Direitos Sociais, Paulo Santos, informou que, do total de pessoas em situação de sem-abrigo em 2018, 1.967 não tinham casa (recorrem a centros de acolhimento) e 361 encontravam-se sem teto (na rua).
Este plano representa um investimento de cerca de 4,3 milhões de euros, para 30 projetos, até 2021.
Intervindo na sessão, o vereador do CDS-PP Nuno Rocha Correia defendeu que "era importante que fosse feita uma apresentação daquilo que foi o plano anterior", que terminou em outubro de 2018, embora Manuel Grilo tenha garantido que as respostas se mantêm.
O centrista considerou que "faltam números, faltam métricas", acrescentando que o plano deve atuar mais "ao nível da prevenção".
Nuno Rocha Correia disse ainda achar "estranho" que o montante a alocar na concretização do PMPSA "seja tão pouco".
Em resposta, o responsável pelo pelouro dos Direitos Sociais notou que os valores de investimento "são muito conservadores", uma vez que "em sede de discussão pública vão subir de forma muito substancial", e revelou a ambição de retirar todas as pessoas em situação de sem-abrigo das ruas da capital.
Por seu turno, o chefe do executivo municipal lisboeta, Fernando Medina (PS), defendeu que o problema "não é o dinheiro, não é o número de casas".
"O problema está em como é que se chega a cada uma das 361 pessoas que tem uma relação muito deteriorada com a sociedade", defendeu p presidente da câmara.
Relativamente à prevenção, Fernando Medina afirmou que a mesma depende de "políticas económicas que assegurem a diminuição do desemprego".
Pelo PSD, João Pedro Costa defendeu que deveriam ser disponibilizadas a estas pessoas habitações "não a preços de mercado, mas a preços mais baixos", de forma a assegurar "que a casa onde são colocadas no seu programa de apoio é aquela casa em que tem condições de ficar".
O social-democrata criticou que este plano venha "propor a criação de um serviço paralelo especializado para as pessoas em situação de sem-abrigo", defendendo que "não deve haver discriminação entre as pessoas", enquanto eleito do PCP Jorge Alves declarou que o novo plano "deveria assentar num balanço daquele que foi o plano anterior".
Manuel Grilo destacou ainda que desde que o plano anterior entrou em vigor foram retiradas da rua mais de 360 pessoas, ao que o centrista Nuno Rocha Correia observou que "cada pessoa que o plano tira da rua, nova chega à rua".
O vereador do BE anunciou em maio, durante a apresentação do novo PMPSA, na Assembleia Municipal de Lisboa, que será lançado um novo programa 'Housing First' para "outras problemáticas", lembrando que atualmente este projeto divide-se em duas vertentes: para pessoas com problemas de saúde mental e para pessoas com problemas relacionados com dependências.
Manuel Grilo sublinhou na altura que o programa dos apartamentos partilhados, "que não foi possível implementar" no plano anterior, "está presente no novo plano".
O plano tem como principal objetivo "manter e criar uma rede de respostas multidimensional e intersetorial, centrada nas pessoas em situação de rua, garantindo que as mesmas não permaneçam na rua por ausência de alternativas tendo em vista a sua inclusão social em todos os domínios da nossa sociedade".
A "promoção da inclusão social das pessoas", a "diminuição do número de pessoas em situação de sem-abrigo", assim como a garantia de acesso a respostas de saúde e de integração no mercado de trabalho, destacam-se entre as "grandes metas" às quais a câmara se propõe a atingir com o novo plano, vincou Manuel Grilo em maio.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.