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Ataques de cães fazem 509 vítimas desde 2018

A GNR registou 1196 ataques em menos de três anos: além de 509 pessoas feridas há o registo de 802 animais atacados.

11 de outubro de 2020 às 01:30

Segundo os dados da GNR disponibilizados ao CM, em 2018 ocorreram 360 ataques de cães, os quais vitimaram 169 pessoas e 184 outros animais. Em 2019 houve uma subida para 486 ataques, que visaram 180 pessoas e 331 animais. Por sua vez, nos primeiros nove meses deste ano, os militares da GNR registaram 350 ataques que atingiram 160 pessoas e 287 animais.

A lei obriga que os cães considerados de raças perigosas sejam sujeitos a treino por profissionais habilitados. Contudo, encontram-se certificados e com titulo profissional emitido pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária apenas 10 treinadores de cães perigosos e potencialmente perigosos. Um número “aquém das necessidades”, considerou o bastonário da Ordem dos Veterinários, Jorge Cid. “Há pessoas que desconhecem essa obrigatoriedade. É natural que com o passar do tempo mais pessoas ganhem essas competências para darem formação”, acrescentou.

A GNR verifica uma tendência de queda nas contraordenações registadas sobre cães potencialmente perigosos: 69 multas aplicadas em 2018, 52 em 2019 e este ano, até 30 de junho, um total de 29. A maior parte resulta da falta de documentos comprovativos de que o animal foi treinado, num total de 18 neste ano. Em igual período, há também o registo de 11 contraordenações pela circulação sem trela.

Maior gravidade atinge os autos passados por falta de vacinação antirrábica no território continental. Só no primeiro semestre deste ano são já 1574. O Norte lidera com 652 contraordenações, Lisboa e Vale do Tejo regista 532, Alentejo 150, Centro 131 e o Algarve 109. 

2,5 milhões de cães rendem 25 milhões de euros às freguesias

Em Portugal, os cães representam mais de 95% dos animais com registo na base de dados de apoio ao Sistema de Informação de Animais de Companhia (SIAC). Nas contas do Ministério da Agricultura são 2 451 838 canídeos, cujos titulares estão sujeitos ao pagamento de uma taxa nas juntas de freguesia que oscila entre os 5 e os 15 euros. Por ano, os cães respondem assim por receitas para os cofres do Estado na ordem dos 25 milhões de euros.

A taxa de licenciamento dos cães é aprovada por cada assembleia de freguesia, tendo como referência o valor da taxa de profilaxia médica que é atualizada todos os anos. Na última atualização estava fixada em cinco euros não podendo exceder o triplo deste valor, ou seja, 15 euros. A maioria das freguesias opta por uma taxa em torno dos dez euros. A cobrança é justificada pelas ações de higienização da via pública e recolha de dejetos.

A taxa é, contudo, contestada. O bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários, Jorge Cid, lamenta que a aplicação não tenha caído com a entrada em vigor do registo SIAC. “O cão deve ser o único animal que paga taxa, não se justifica”, referiu ao Correio da Manhã. Recorde-se que a taxa manteve-se depois do parecer favorável à Associação Nacional de Freguesias por parte da Direção-Geral das Autarquias Locais. n

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