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Artigo exclusivo

País perdeu 45 mil turistas por dia durante a pandemia

Pandemia leva estabelecimentos de alojamento a perder 7,7 milhões de euros ao dia. Dormidas de residentes batem, pela primeira vez em quatro décadas, as de estrangeiros.

16 de fevereiro de 2021 às 01:30

Portugal perdeu cerca de 45 mil turistas por dia à custa da pandemia. Em 2020, mostram dados provisórios do Instituto Nacional de Estatística (INE), registaram-se 10,5 milhões de hóspedes. Trata-se de uma quebra de 61,3% face ao ano anterior, quando se registaram aproximadamente 27 milhões de clientes.

O impacto faz-se sentir, por isso, numa proporção semelhante (66,1%) nas receitas dos estabelecimentos de alojamento turístico. O setor perdeu, em cada dia de 2020, cerca de 7,7 milhões de euros. Cada quarto ocupado permitiu um encaixe de 22,6 euros, menos de metade do que um ano antes, refletindo uma baixa forçada nos preços.

Também no que respeita às dormidas, que contam o número de noites passadas por cada pessoa num hotel ou similar, o País bateu recordes históricos pela negativa no ano passado: uma quebra de 63% para 26 milhões de dormidas, o valor mais baixo desde 1993.

Já as dormidas de residentes, pela primeira vez desde 1978, ultrapassaram as de estrangeiros, pesando mais de metade (52,5%) do total. O balanço provisório do INE confirma que, sem o turismo interno, o ano poderia ter sido ainda mais negro para o setor.

Isto porque os portugueses protagonizaram 13,6 milhões de dormidas, o que representa uma redução homóloga de 35,4%. Trata-se de uma quebra inferior aos 74,9% verificados nos mercados externos, para 12,3 milhões de dormidas, o valor mais baixo desde 1984.

Os dados disponíveis permitem também confirmar tendências de procura em tempo de pandemia. A quebra nos estabelecimentos de turismo rural e de habitação (36%) não foi tão acentuada como a registada na hotelaria dita tradicional (64,5%). Já as noites nos hostels, que tendem a implicar a partilha de espaços, recuaram 66,4%.

Em dezembro, cuja esperança estava depositada na noite de passagem de ano antes de surgirem novas restrições à circulação, as perdas tanto em número de hóspedes como de dormidas passaram os 70%.

REINO UNIDo foi quem fez chegar mais gente

Apesar de vários avanços e recuos nos corredores aéreos, o Reino Unido manteve-se como o principal mercado emissor, pesando 16,3% das dormidas. Contudo, a quebra face a 2019 foi de 78,5%.

pandemia contrariou tendência de subida

O INE realça que os resultados de 2020 se devem à pandemia já que nos primeiros dois meses do ano - antes de existirem casos positivos no país - se verificava um crescimento acima de 10%.

Metade já fechada antes de confinar

Em dezembro, ainda antes do novo confinamento, metade (50,5%) dos estabelecimentos de alojamento turístico já estavam fechados ou sem hóspedes. Em abril, quando o país esteve fechado pela primeira vez, eram 85%.

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