Apenas 11% dos alunos do 5º ano mostrou saber calcular a área de um triângulo.
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Os alunos portugueses "manifestaram muitas dificuldades" nas provas de aferição de matemática realizadas em 2016 e 2017, segundo o Relatório Nacional divulgado pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE). Em provas sem classificação quantitativa e que não contam para a avaliação final, na disciplina de matemática do 8º ano, em 2016, as dificuldades foram sentidas "em todos os domínios curriculares". Em Geometria, apenas 3% dos alunos conseguiu determinar a área de um triângulo. No domínio Números e Operações, a percentagem de respostas corretas variou entre 9% e 34%, consoante os itens. Já em álgebra, a percentagem de respostas certas variou entre 14% e 30%, com desempenhos "globalmente fracos".
Nas provas de matemática do 5º ano, em 2016, "os alunos manifestaram muitas dificuldades em todos os domínios curriculares e independentemente da complexidade cognitiva das tarefas requeridas", afirma o Iave . Apenas 18% dos alunos respondeu correctamente a um problema com fracções e só 11% acertou no cálculo da área de um triângulo. No domínio Percentagens, houve 18% de respostas certas num item e 32% noutro. Em 2017, os alunos voltaram a sentir "muitas dificuldades" na prova de Matemática e Ciências Naturais do 5º ano.
Já na prova de Português do 8º ano, na leitura do texto literário os alunos revelaram mais dificuldades nos itens em que era preciso interpretar e integrar ideias do texto nas respostas. Um dado surpreendente é o facto de 31 por cento dos alunos não ter redigido um texto com o número de palavras pedido (150 a 240). E 27% dos estudantes não conseguiu redigir um texto coerente com abertura desenvolvimento e desenlace. Além disso, houve muitos alunos a dar erros de ortografia. Segundo o Iave, 30% dos alunos cometeu 3 a 5 erros e cerca de 20% deu mais de 9 erros.
Só 28% conhece o rio Mondego
Na prova de História e Geografia de Portugal do 5º ano, em 2017, apenas 28% dos estudantes de 9 e 10 anos conseguiu identificar o rio Mondego com base na descrição seguinte: "rio que passa por Coimbra e cuja foz se localiza na Figueira da Foz". Já o rio Tejo foi identificado por 62 por cento dos alunos através da descrição "rio que passa por Santarém e cuja foz se localiza em Lisboa". "Alguns conhecimentos relativos à Geografia de Portugal não estão consolidados", afirma o Iave.
Na utilização dos pontos cardeais, apenas 45% dos estudantes conseguiu seleccionar a opção correta para localizar o continente europeu em relação ao asiático (oeste), o continente africano em relação ao europeu (sul) e Portugal continental em relação ao continente americano (leste). Na História de Portugal, apenas 10% dos alunos ordenou cronologicamente de forma correta quatro acontecimentos relacionados com a crise de 1383-1385.
Quanto ao tema descobrimentos, os alunos mostraram desconhecer alguns dos principais navegadores e datas, mesmo com a ajuda de um mapa. Só 27% identificou correctamente Bartolomeu Dias como tendo dobrado o cabo das Tormentas, apesar de a data de 1488 ter sido fornecida; apenas 16% acertou em Vasco da Gama como o navegador que chegou à Índia no ano de 1498; e 46% acertou na data de 1500 como aquela em que Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil. Já em relação aos aspectos artísticos do período dos descobrimentos, 79% dos estudantes revelou desconhecimento, não conseguindo identificar os estilos arquitectónicos predominantes.
Apoios
Os alunos do 2º ano revelaram muitas dificuldades nas perguntas sobre frações. "Os resultados mostraram dificuldades em identificar as fracções correspondentes a pontos de uma semirreta", refere o Iave no relatório.
As dificuldades foram ainda maiores quando tiveram de identificar 1/3 de uma unidade numa figura, com apenas 27% dos estudantes a acertar na resposta.
O Iave conclui que o subdomínio dos números racionais não negativos foi aquele em que os alunos do 1º ciclo revelaram maiores dificuldades
Provas introduzidas em 2016
As provas de aferição no modelo atual foram introduzidas por este Governo em 2016. Depois de ter posto fim às provas finais dos 4º e 6º ano, que tinham sido introduzidas por Nuno Crato, o executivo criou provas de aferição nas fases intermédias dos ciclos, ou seja, nos 2º, 5º e 8º anos. "O objectivo desta alteração foi promover "uma intervenção atempada e mais eficaz no percurso escolar dos alunos", sustenta o Iave, que também alargou esta avaliação, sem peso na nota final, a outras áreas do currículo, para além das tradicionais disciplinas de Português e Matemática.
No relatório agora apresentado, que analisa o percurso percorrido pelas provas de aferição, o Iave sublinha que este modelo aposta na "devolução às famílias, às escolas e aos professores de informação detalhada sobre o desempenho de cada aluno através de relatórios de cariz qualitativo, que retratam em que medida as aprendizagens foram ou não demonstradas".
O Relatório Nacional 2016 e 2017 inclui também um documento complementar que explica a metodologia de conceção das provas, bem como o método utilizado nos relatórios individuais e relatórios de escola produzidos.
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