A edição de hoje
Estudo sugere que casos mais graves possam ir a tribunal.
Há pessoas que, por compulsão, acumulam animais de companhia, acabando por deixar de ter condições para cuidarem deles. Esta perturbação psicológica tem um nome: síndrome de Noé.
O ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas) juntamente com o ISPA - Instituto Universitário lançaram agora um Guia de Intervenção e Prevenção em Situações de Acumulação de Animais, instrumento que visa mobilizar a sociedade em torno de um problema que é de todos.
O documento apela à denúncia, de vizinhos, movimentos cívicos ou organizações não governamentais, e sugere que as situações detetadas sejam comunicadas às autoridades, ao município e ao próprio ICNF. Os passos seguintes seriam a visita de triagem e o início da intervenção, em que se procuraria estabelecer “uma relação de respeito e honestidade com a pessoa acumuladora”. Em último caso, a Justiça seria chamada a intervir.
“São normalmente mulheres, idosas ou na meia-idade, sozinhas, convencidas de que estão a fazer o melhor pelos animais. Que estão a salvá-los do sofrimento, o que é falso”, explica o bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários. “É difícil intervir, porque são pessoas cujo único interesse na vida é tratar dos animais. Mas fazem-no de forma patológica, que convém corrigir”, conclui Jorge Cid.
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