Em causa está a adesão de estudantes deslocados e de jovens residentes até aos 23 anos.
A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou esta terça-feira uma recomendação para que a câmara alargue a gratuitidade do acesso aos transportes públicos, permitindo a adesão de estudantes deslocados e de "todos os jovens residentes até aos 23 anos", inclusive desempregados.
Apresentada pelos deputados do Cidadãos por Lisboa (independentes eleitos pela coligação PS/Livre) e subscrita pelos grupos municipais do PS, BE, Livre e PAN, a recomendação sugere que seja alargada a atual medida dos transportes públicos gratuitos para residentes menores de 23 anos e maiores de 65, em que o requisito comum é ter domicílio fiscal na capital, exigência que tem deixado de fora jovens estudantes na cidade.
A proposta pretende incluir estudantes do ensino secundário com mais de 18 anos que estudem e residam na capital (uma vez que entre as situações de exclusão há alunos que repetiram de ano), assim como alunos no concelho de Lisboa menores de 18 anos que se encontram sob o regime de guarda partilhada e/ou residência alternada, em que a morada fiscal indicada se encontra fora do concelho, mas um dos pais reside na cidade.
A recomendação aponta também para o alargamento da medida a "todos os jovens do ensino profissional, que estudem e residam em Lisboa, exceto aqueles que frequentem cursos financiados pelo POCH (Programa Operacional do Capital Humano), e aos alunos de cursos realizados em escolas técnicas, mesmo que os cursos não estejam inseridos no Quadro Nacional de Qualificações".
"Alargue esta medida a todos os jovens residentes até aos 23 anos, sejam trabalhadores-estudantes, trabalhadores, jovens à procura do primeiro emprego ou desempregados" é outro dos pontos da recomendação, bem como a ideia de incluir "todos os jovens que estudem na cidade de Lisboa até aos 23 anos e até aos 24 anos, se inscritos em cursos com duração superior a cinco anos, que façam prova de estarem inscritos em estabelecimento de ensino situado em Lisboa". Estes pontos em particular (a proposta foi votada por partes) foram aprovados com os votos contra da Iniciativa Liberal (IL) e do Chega, a abstenção do PSD, PPM e CDS-PP, e os votos a favor do BE, Livre, PEV, PCP, independentes eleitos por PS/Livre, PS, PAN, MPT e Aliança.
Os deputados municipais recomendam ainda ao executivo municipal que desburocratize e facilite a aquisição e renovação de passes para jovens e maiores de 65 anos, através de um sistema simplificado equiparado ao Navegante 12, em que seja apenas necessária a renovação anual ou por um período até mais alargado de tempo.
Justificando o voto de abstenção, o líder da bancada do PSD, Luís Newton, considerou que o alargamento dos transportes, inclusive aos estudantes deslocados fora da Área Metropolitana de Lisboa, é uma matéria em que o Governo "não se pode demitir", afirmando que essa responsabilidade "não deve estar exclusivamente dependente da Câmara de Lisboa".
Da bancada do PS, Manuel Lage afirmou que o executivo municipal, presidido por Carlos Moedas (PSD), tem o "privilégio de fazer" e esta recomendação "é mais uma oportunidade de fazer acontecer", porque o atual desenho da medida "não era mais do que uma falácia", uma vez que a adesão de 10 mil jovens fica aquém dos 50 mil que frequentam universidades na capital e os mais de 10 mil no ensino secundário em Lisboa.
Por parte da IL, o único partido que se absteve na votação da medida dos transportes públicos gratuitos, por defender que a gratuitidade deve ser implementada "em função da necessidade e não da idade", Rodrigo Mello Gonçalves criticou a discussão de "mais um conjunto de remendos" numa proposta feita à pressa, sem critérios objetivos, o que resulta em "injustiças".
Neste âmbito, a assembleia aprovou ainda uma proposta do PPM "por uma mobilidade mais ativa", que recomenda à câmara a gratuitidade da rede de bicicletas partilhadas Gira para residentes em Lisboa no Passe Navegante, assim como o seu alargamento à escala metropolitana e não unicamente à escala da cidade, passando a abranger os utilizadores do Passe Navegante Metropolitano.
A proposta teve os votos contra da IL e MPT, a abstenção do PSD e os votos a favor do BE, Livre, PEV, PCP, independentes eleitos por PS/Livre, PS, PAN, PPM, Aliança, CDS-PP e Chega.
Foi rejeitada a recomendação do Aliança sobre a gratuitidade dos transportes coletivos para residentes em Lisboa, que sugeria, por exemplo, a inclusão dos estudantes inscritos em curso técnico superior profissional - CTeSP, em estabelecimento de ensino a funcionar na área do município, e defendia que, apesar de estes alunos receberem subsídio de transporte, é justo que também possam beneficiar da medida.
Os transportes públicos gratuitos para residentes em Lisboa menores de 23 anos e maiores de 65 em Lisboa estão a ser assegurados no âmbito de um acordo entre o município e a empresa TML - Transportes Metropolitanos de Lisboa, que será válido "até 31 de dezembro de 2025" e que prevê uma despesa de até 14,9 milhões de euros para cada ano.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.