Barcos da sardinha parados até março

A frota de barcos da pesca da sardinha está parada desde 19 de setembro, devido à escassez dos recursos. O regresso ao mar estava previsto para janeiro, mas só deverá acontecer em março.

Os pescadores, ao que o CM apurou, vão ter uma quota reduzida no próximo ano e querem aproveitar para capturar a sardinha na altura em que esta tem um maior valor comercial. "Com base nos pareceres científicos, a quota em 2015 deverá ser semelhante à deste ano e, por isso, temos de procurar rentabilizar os barcos o melhor possível", explicou ao CM Jorge Vairinhos, da organização de produtores Barlapescas, adiantando que, em princípio, os barcos só deverão regressar ao mar "a partir de 1 de março".

Sardinha gera conflito

O objetivo dos pescadores é aproveitarem a pouca quota nacional disponível – deverá rondar as 14 mil toneladas – para capturarem sardinha numa altura em que o consumo em fresco é grande e os preços elevados. Mas, segundo os pescadores, todos estes meses de paragem prejudicam o setor, que pode perder mercado para outros países.

Este ano, a frota do cerco recebeu apoios devido à paragem biológica imposta à captura de sardinha – 20 euros por dia para os pescadores e 24 euros para a mestrança –, mas não existe qualquer garantia do Governo de que sejam disponibilizados apoios no próximo ano.

Ao longo dos últimos anos, a quantidade de sardinha capturada pelos pescadores caiu a pique, passando das 57 mil toneladas, em 2011, para cerca de 16 mil toneladas este ano. A quota para 2015 deverá rondar apenas as 14 mil toneladas. Jorge Vairinhos refere que "a quota poderá ainda ser alterada, se houver novos pareceres científicos", lamentando que "exista um grande desfasamento de tempo entre a realização dos estudos e a altura em que as quotas são definidas".