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Carris aponta para uma adesão à greve de trabalhadores de 15%

Sindicato não vai avançar com percentagens de adesão à greve de 24 horas, para "não entrar numa 'guerra' de números com a empresa".

12 de junho de 2025 às 11:37

A adesão à greve dos trabalhadores da transportadora rodoviária Carris, que opera em Lisboa, era até às 10h00 desta quinta-feira da ordem dos 15%, representando uma supressão de 38% do serviço, disse à agência Lusa fonte da empresa.

"A Carris irá continuar a monitorizar os dados desta greve e fará todos os esforços com vista a minorar os inconvenientes da perturbação do serviço, lamentando os incómodos causados aos clientes", refere a transportadora numa nota enviada à Lusa.

Por seu turno, Manuel Oliveira do Sindicato Nacional dos Motoristas e Outros Trabalhadores disse esta quinta-feira de manhã à Lusa que a adesão à greve em protesto contra o impasse das negociações com a transportadora era elevada.

"O balanço da greve dos trabalhadores é bastante positivo face aos serviços mínimos decretados", disse à Lusa Manuel Oliveira.

Manuel Oliveira indicou que o sindicato não vai avançar com percentagens de adesão à greve de 24 horas, para "não entrar numa 'guerra' de números com a empresa".

"A adesão é elevada como habitual e contra o comportamento errático da empresa, que até marca rondas negociais, mas depois não há desenvolvimentos, nem soluções", adiantou.

Manuel Oliveira deixou ainda um apelo à empresa e à Câmara Municipal de Lisboa para a resolução dos problemas, sublinhando que "esta situação prejudica quem necessita do transporte".

Depois de uma primeira semana com paralisações parciais, os trabalhadores da Carris voltaram esta quinta-feira aos protestos com uma greve durante 24 horas - todo o período de trabalho -, reivindicando a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais, já a concretizar-se em 2025.

Os sindicatos representativos dos trabalhadores da Carris (que opera o serviço público rodoviário da cidade de Lisboa e também elétricos e ascensores de rua) convocaram uma paralisação de duas horas no início e no fim de cada turno entre 2 e 6 de junho e de 24 horas para esta quinta-feira, tendo sido decretados serviços mínimos por um tribunal arbitral.

Além de serem obrigatórios serviços como o transporte exclusivo de deficientes ou os postos médicos da empresa, têm de funcionar "em 50% do seu regime normal" as carreiras 703, 708, 717, 726, 735, 736, 738, 751, 755, 758, 760 e 767.

Em 13 de maio, o Sindicato Nacional de Motoristas e Outros Trabalhadores (SNMOT) explicou que o acordo sobre as atualizações salariais não implicaria o encerramento do processo negocial e que, juntamente com a empresa, iria constituir "grupos de trabalho com vista, nomeadamente, à redução do horário de trabalho de forma faseada para as 35 horas semanais".

Segundo o sindicato, já se tinha conseguido reduzir a prestação de trabalho efetivo para cerca de 37 horas e 30 minutos semanais, "facto que só foi assumido por todos os envolvidos nesse processo algum tempo depois", tendo-se realizado em 30 de abril a primeira reunião do grupo de trabalho criado para a redução da prestação de trabalho efetivo para as 35 horas semanais.

A Carris está sob gestão da Câmara Municipal de Lisboa desde 2017 e os trabalhadores são representados por várias estruturas sindicais, como o SNMOT, o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos (STRUP), o Sitra - Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes, o Sitese - Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Serviços e o ASPTC - Associação Sindical dos Trabalhadores da Carris e Participadas.

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