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Caso raro de mulher que sobreviveu a 12 tumores antes dos 36 anos pode ajudar a ciência

Espanhola tem uma nova mutação genética que origina um maior número de células cancerígenas, mas estimula o sistema imunitário para as matar.
Correio da Manhã 4 de Fevereiro de 2023 às 15:21
Cancro da pele em 30% a 40% dos casos apresenta resistência a técnicas atuais
Cancro da pele em 30% a 40% dos casos apresenta resistência a técnicas atuais FOTO: Getty Images
Uma mulher espanhola sobreviveu a 12 tumores, cinco deles malignos, aos 36 anos de idade, sendo que o primeiro cancro foi detetado quando tinha dois anos e o último aos 28. Os médicos e cientistas não conseguem explicar como ainda está viva. Agora, este caso raro pode ajudar a melhorar o diagnóstico precoce e desenvolver novos tratamentos contra o cancro em todo o mundo.

Segundo o El País, a explicação para o aparecimento de tantos tumores no corpo da mulher poderá ser explicado por uma nova mutação em Seres Humanos que multiplica o aparecimento de células cancerígenas. Os resultados da investigação, publicados esta quarta-feira na revista Science Advances, revelam que esta mulher herdou de cada um de seus pais uma cópia mutante do gene MAD1L1. 

"Foi muito difícil entender como esta mulher conseguiu sobreviver com essa mutação. Devia ter alguma outra coisa que a ajudou a escapar", explica Marcos Malumbres, chefe da Divisão de Células e Grupo de Câncer do CNIO, ao El País. Os investigadores explicam que o sistema imunitário da mulher espanhola reagiu aos tumores com uma inflamação generalizada e contínua, ou seja, as defesas estavam sempre em alerta vermelho. 

Ainda que a mutação genética a tenha condenado a sofrer de cancro com muito mais frequência que as restantes pessoas, o sistema imunitário foi extremamente estimulado, o que ajudou a identificar e conseguir destruir com maior facilidade as células tumorais, explica a bioquímica do CNIO Carolina Villarroya ao jornal espanhol.

Os responsáveis ??pelo estudo acreditam que o caso extraordinário desta paciente irá ajudar a melhorar o diagnóstico do cancro e a desenvolver novos tratamentos.
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