"Tomámos esta decisão depois de muito amadurecer o assunto, tendo em conta que as condições do castelo não são as melhores, neste momento", explicou António Tereno, presidente do município de Barrancos.
Monumento Nacional desde 1910, o castelo, a alguns quilómetros da vila raiana de Barrancos, é propriedade do município e "o ex-libris do concelho", disse o autarca.
Contudo, existem riscos para a segurança devido à degradação, apesar de a câmara municipal ter recuperado a torre sudoeste, "há dois ou três anos", num investimento de cerca de 150 mil euros, co-financiado por apoios comunitários.
Por isso, "para evitar males maiores", vai ficar encerrado ao público a partir da próxima segunda-feira porque, "neste momento, não temos condições para assegurar a segurança das pessoas no castelo", frisou António Tereno.
Segundo o autarca, o monumento "sofre de várias patologias" e alguns dos seus espaços estão "em perigo de derrocada".
"Uma zona do pano de muralha está em risco de desabar e, na própria entrada principal, a torre por cima está, ela própria, com várias patologias' e pode desabar a qualquer momento", alertou.
Lamentando a decisão, que "não é agradável", mas "é imprescindível", António Tereno salientou que o fecho do espaço é "temporário" e que este período vai ser aproveitado para analisar quais as hipóteses para a sua recuperação.
"Vamos estudar as soluções possíveis, em conjunto com outras entidades que nos podem ajudar, neste caso com a Direcção-Geral do Património e, possivelmente, recorrendo também ao Turismo de Portugal", frisou.
O presidente do município destacou que, para evitar a continuada degradação do monumento, "são precisos fundos", eventualmente "alguns milhões" de euros, mas a Lei dos Compromissos é um obstáculo à autarquia.
Neste momento, "através da famigerada Lei dos Compromissos, nós estamos completamente atados, ao nível dos municípios", criticou, garantindo que a autarquia vai "tentar inventar soluções para o Castelo de Noudar".
"Estou como a minha colega de Salvaterra de Magos, que dizia que a ponte caiu e não tinha dinheiro, porque ainda era presa ou tinha que repor ela o dinheiro. Se calhar, eu estou na mesma situação, mas é evidente que não vamos desistir e deixar aquilo ao abandono", ironizou.
O Castelo de Noudar, que assumiu grande importância na defesa da fronteira com Espanha, data do século XIV, mas desde o ano 3.200 antes de Cristo (a.C.) e até ao século XIX o "sítio de Noudar" teve sempre ocupação.