Quando um clérigo é criado cardeal é-lhe sempre atribuída a titularidade de uma igreja na diocese de Roma. A D. Américo Aguiar tocou a basílica de Santo António de Pádua da via Merulana, a dois passos da catedral de São João de Latrão.
Trata-se de uma igreja relativamente recente, cuja construção foi concluída em 1888 (o anterior convento, do século XV, dos frades menores de São Francisco, foi demolido para a construção do monumento de Victorio Emanuel II), mas que se tornou muito importante para os fiéis daquela zona da cidade. De tal maneira que, em 1931, o Papa Pio XI a elevou a basílica menor.
Desde há 50 anos que esta igreja tem como titulares cardeais de língua portuguesa (o patriarca de Lisboa D. António Ribeiro, de 1973 a 1998, e arcebispo de São Paulo D. Cláudio Hummes, de 2001 a 2022) e por isso o reitor admite que, apesar da igreja se designar de Santo António de Pádua, há uma forte ligação a Lisboa.
Aliás, quando lhe atribuiu esta igreja, o Papa disse a D. Américo, em jeito de piada: "uns dizem que é de Pádua, outros de Lisboa, entendam-se".
"De facto trata-se do segundo cardeal português a assumir a titularidade desta igreja, o que faz com que haja uma forte chamada a Lisboa", disse ao CM o reitor Frei Juan Aldana, que se mostrou muito surpreendido ao saber que o cardeal que terá como titular da sua igreja foi o organizador da Jornada Mundial da Juventude.
"Isso para nós foi uma grande alegria, termos como titular da nossa igreja uma pessoa com essa ligação aos jovens. Ficamos muito contentes", disse o frade franciscano, sublinhando que D. Américo Aguiar será recebido de braços abertos.
Ainda não tem data marcada a primeira missa de D. Américo Aguiar nesta igreja de Roma…mas só deve ter lugar depois da sua tomada de posse como bispo de Setúbal.