A Diocese de Setúbal emitiu um comunicado onde afirma não ter encoberto denúncias sobre sacerdote e confirma que existiu, entre 2008 e 2015, "uma investigação canónica a um padre diocesano, motivada por queixas de abuso sexual de menores. O processo canónico foi organizado pelo Bispo diocesano à data dos acontecimentos, tendo sido ouvidas todas as partes envolvidas, ou seja, o alegado perpetrador e as alegadas vítimas".
Em causa estão várias notícias que afirmavam que o bispo emérito de Setúbal, Gilberto Reis, tinha tido conhecimento de queixas de abusos por parte de padres e não comunicou essas suspeitas nem à Polícia Judiciária nem ao Ministério Público, as autoridades civis com competência para investigar este tipo de crimes. O mesmo aconteceu com o Cardial Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, recebido esta sexta-feira pelo Papa Francisco para abordar este tema.
Durante a investigação, o padre em causa foi suspenso das suas funções, "mas após a conclusão do processo, o decreto emanado pela Santa Sé ilibou o padre e permitiu que voltasse a exercer o seu ministério, com o ofício de pároco", lê-se no comunicado.
"A Diocese de Setúbal não se revê nas expressões "ocultação" ou "encobrimento", dado que o processo de averiguação decorreu no cumprimento das orientações canónicas e civis em vigor à data", afirma.