"Sentimos uma dúvida e uma injustiça muito grande. Se era só uma inflamação na garganta, como morre assim de repente com uma septicemia?", interroga-se Paula Moreira, irmã da vítima. Júlio Ramalho vivia com a mãe e um irmão, em Marinhais, e frequentava o 12º ano na Escola Básica e Secundária de Salvaterra de Magos. Na manhã de sexta-feira (dia 9), decidiu ir ao Serviço de Atendimento Permanente (SAP) do Centro de Saúde de Benavente, por sentir a garganta inflamada. "Foi atendido e enviado para casa com medicação", explicou Luísa Portugal, directora do Agrupamento de Centros de Saúde da Lezíria.
No dia seguinte, a mãe foi dar com ele na cama, "com a boca a ficar roxa e sem forças para se levantar". Dado o alerta para os bombeiros, o jovem teve de ser transportado ao colo para a ambulância e sujeito a manobras de reanimação.
Quando deu entrada no Hospital de Santarém, o seu estado era já muito grave. Foi submetido a intervenção cirúrgica urgente, colocado em coma induzido e internado nos Cuidados Intensivos. Apesar dos esforços, acabou por morrer ontem, às 09h30. Fonte do hospital disse ao CM que a morte se deveu à falência de órgãos vitais, provocada por uma doença infecciosa, que não põe em causa a saúde pública.
Apesar das dúvidas, a família do jovem decidiu não solicitar a realização de autópsia. O funeral de Júlio realiza-se hoje, às 14h00, na Igreja de Marinhais.
ESTUDANTES DESCONFIAM DA MEDICAÇÃO
A morte de Júlio César Ramalho deixou a população de Marinhais e a comunidade escolar de Salvaterra de Magos em choque. O jovem terá dito a alguns colegas da escola que "tinha levado uma injecção" no Centro de Saúde (CS) de Benavente, o que os levou a suspeitar de que a sua morte possa ter sido provocada por uma alergia a esse medicamento. Mas os responsáveis do centro de saúde asseguram que apenas foi prescrita medicação para o jovem tomar em casa.