Aspirante a freira conta maus-tratos
Aspirante a freira foi agredida com mangueira e estalos.
Manuel Jorge Bento
30 de Novembro de 2015 às 12:24
Levei estalos, fui agredida e cheguei a dormir no chão frio, só com um lençol, antes de uma viagem a Fátima, a 13 de outubro, por algo que eu tinha feito. Diziam que era necessário, que eu tinha de sofrer." É assim que Helena Costa recorda os 18 meses que viveu na Fraternidade Cristo Jovem, em Requião, Famalicão, há 25 anos.
Às agressões, as irmãs – acusadas de maus-tratos, escravidão e rapto – chamavam "abanões". Helena, hoje com 43 anos, chegou a ser atingida várias vezes por uma mangueira. "Batiam com o que estava mais à mão. Naquele dia, foi com aquilo. Depois tive de agradecer: ‘Obrigado, realmente estava cega, a irmã tem razão’. Isto era normal", contou ao CM.
Helena Costa recordou a fuga da irmã Maria Amélia. "Tínhamos acabado de sair da missa e ela tentou fugir. O cão ladrou, o padre viu, nós fomos atrás dela e bateram-lhe muito. Elas diziam que batiam para tirar o demónio do corpo. E ela ficou a sangrar. Mas depois agradeceu", relatou. "Havia a noviça, a Adozinda. Era a que apanhava mais. E elas diziam que era para ver se ela tinha vocação", acrescentou.
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