As escolas básicas do 1º e 2º ciclo estão a pedir a alunos e pais para apagarem os manuais escolares que receberam gratuitamente no início do ano letivo, antes de os devolverem para poderem ser reutilizados no próximo ano letivo.
O
CM recebeu queixas de
pais que dizem estar indignados com a situação. "Os meus dois filhos têm cada um cinco a seis livros, com 50 a 60 páginas de exercícios que agora exigem que sejam apagados", lamenta Nuno Nunes, cujos filhos frequentam o agrupamento Vergílio Ferreira, em Lisboa.
Outro pai garantiu, sob anonimato, que "há professores do 1º ciclo a obrigar os alunos a passar um dia inteiro de aulas a apagar os manuais escolares". E um outro afirma que os trabalhos para casa que o professor marca inclui apagar os manuais. Os diretores admitem a prática.
"Todos fazemos um esforço coletivo de muitos milhões de euros para dar os livros, e este é um esforço mínimo que se pede a alunos e famílias", afirma Filinto Lima, da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas.
Muitos pais receiam ser obrigados a pagar livros por estarem pintados ou escritos a caneta. Filinto Lima admite haver um "grau de subjetividade na análise", mas defende que "só quem de forma dolosa estragou o manual deve ser obrigado a pagar para ter acesso no ano seguinte".