Um estudo desenvolvido em Espanha e publicado no New England Journal of Medicine, esta terça-feira, revelou que a hidroxicloroquina não previne o contágio do novo coronavírus nem combate a doença.
Este medicamento administrado em casos de malária foi tomado pelo presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, quando este ficou infetado com a Covid-19. Trump acredita que esta foi a cura para infeção e autorizou a toma deste medicamento em casos de Covid-19 nos EUA.
Oriol Mitjà e Bonaventura Clotet, epidemiologistas que lideraram o estudo realizado na Catalunha, avançam que o medicamento não evita o contágio em caso de contacto com alguém infetado pelo novo coronavírus e quando infetado pela doença a hidroxicloroquina não combate os sintomas associadas à Covid-19.
O estudo contou com 2314 contactos saudáveis de 672 casos positivos de Covid-19. Os participantes tinham que ter estado, nos sete dias anteriores ao estudo, em contacto com uma pessoa infetada por pelo menos 15 minutos e a menos de dois metros. Os participantes foram selecionados aleatoriamente para receber o medicamento. Verificou-se, então, que a incidência e progressão da doença foi semelhante, tendo ou não tomado a hidroxicloroquina.
O estudo revelou ainda que os efeitos secundários da Covid-19 foi superior em quem recebeu o tratamento, apesar de nenhum efeito secundário grave ter sido reportado.
A investigação juntou 21 instituições catalãs e foi financiado com o apoio de mais de 72 mil pessoas e entidades, que doaram recursos através da campanha '#YoMeCorono', lançada no dia 18 de março para realizar esta e outros estudos científicos para o combate à pandemia.