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Federação dos Médicos repudia palavras do primeiro-ministro sobre "cobardia" e exige respeito

Estrutura sindical desmente as afirmações de António Costa de que os médicos se recusaram a prestar serviço no lar.

24 de agosto de 2020 às 12:13

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) repudiou esta segunda-feira as declarações do primeiro-ministro, numa curta conversa privada com jornalistas do Expresso, e pede respeito pelos médicos e o apuramento das responsabilidades no caso das mortes num lar em Reguengos.

Em comunicado a FNAM alude a um pequeno vídeo, de sete segundos, que circula nas redes sociais, que mostra António Costa numa conversa privada com os jornalistas alegadamente chamando "cobardes" aos médicos envolvidos no caso do surto de covid-19 em Reguengos de Monsaraz, que matou 18 pessoas.

"Estas declarações, proferidas por um chefe de Governo, são chocantes e totalmente inapropriadas, insultando de forma vergonhosa e indigna todo um grupo profissional cuja competência, capacidade de trabalho e resiliência para exercer a sua profissão em condições cada vez mais degradadas, pondo os interesses dos doentes acima de qualquer outra consideração, não pode ser contestada", afirma a federação dos médicos.

A estrutura sindical desmente também as afirmações de António Costa de que os médicos se recusaram a prestar serviço no lar.

"Os médicos têm vínculo com a sua entidade empregadora, que não é o lar de Reguengos de Monsaraz, e têm obrigações para com os utentes da unidade onde desempenham funções -- o Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Central", refere a nota.

Segundo a FNAM, os médicos prestaram assistência aos utentes do lar "de forma voluntária, apesar das condições desumanas em que os encontraram, e cumpriram a sua obrigação de denúncia desta situação de abandono e da falta de segurança em que lhes foi exigido desempenhar as suas funções".

A FNAM exige que António Costa se retrate "das declarações insultuosas" que proferiu e que o presidente da administração regional de Saúde do Alentejo, a diretora-geral da Saúde e as ministras da Saúde e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social "assumam as suas responsabilidades" no caso do lar de Reguengos.

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