Empresa tinha pedido uma injeção de 12 milhões de euros.
O Ministério das Finanças disse, esta segunda-feira, que a Parpública, empresa pública acionista do Governo, não vai dar à Inapa os financiamentos pedidos e que irá acompanhar o processo de insolvência da empresa, já anunciada.
A Lusa contactou, esta segunda-feira, o Ministério das Finanças depois de, no domingo à noite, a Inapa ter anunciado a sua insolvência por falta de fundos. A empresa disse que envidou "todos os esforços atempadamente" junto de credores e acionistas, em particular do maior acionista, a empresa pública Parpública, para evitar a insolvência da subsidiária alemã mas que sem isso se apresentará à insolvência nos próximos dias.
Em resposta à Lusa, o Ministério das Finanças disse que só soube da "situação crítica" em que estava a Inapa a 11 de julho (aquando da suspensão das ações) e que foi aí que convocou a Parpública, que explicou que a Inapa tinha pedido uma injeção de 12 milhões de euros para necessidades de tesouraria imediatas na operação na Alemanha quando já tinha um pedido de 15 milhões de euros para reestruturação.
Perante essas informações, foram pedidos pareceres à Parpública, à Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) e à Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Setor Público Empresarial (UTAM), afirmando as Finanças que as três entidades concluíram que "a proposta não reunia condições sólidas, nem demonstrava a viabilidade económica e financeira que garantisse o ressarcimento do Estado".
O Ministério das Finanças disse que, perante esses pareceres, a falta de uma estratégica de recuperação da Inapa (em que a Parpública não é acionista maioritária) e considerando que a empresa não tem uma "atividade estratégica para a economia portuguesa" "confirmou o parecer da Parpública de não avançar com as operações de financiamento solicitadas pela Inapa".
"O Governo irá acompanhar o processo de insolvência", conclui o ministério.
Fundado em 1965, o grupo Inapa tem como principal acionista a empresa pública Parpública, com 44,89% do capital social, enquanto a empresa Nova Expressão tem 10,85% e o Novo Banco 6,55%. O restante capital está disperso.
Em 2023, segundo o relatório e contas, a distribuidora de papel (que também atua nos setores de embalagem e comunicação visual) tinha 1.478 trabalhadores e operava em 10 países.
A empresa tinha a sua principal operação na Alemanha, onde comprou várias empresas nos últimos anos. Em 2023, foi desse mercado que vieram mais de 60% dos rendimentos do grupo e onde contava com 821 trabalhadores.
França - onde comprou uma importante empresa em 2016 - é o segundo país com mais empregados, 330, seguindo-se Portugal, com 204 trabalhadores.
Em 2023, o grupo Inapa teve 8,0 milhões de euros de prejuízos, face a lucros de 17,8 milhões de euros em 2022, com as vendas a caírem 20% para 968,7 milhões de euros.
No anúncio dos resultados, em final de abril, a empresa relacionou os prejuízos com a queda da procura de papel na Europa Ocidental (-25%).
Citado nesse comunicado ao mercado, o presidente executivo do grupo, Frederico Lupi, antecipava um período de "enormes incertezas e desafios", mas considerava que o grupo tem capacidade de resposta, referindo que estavam em curso medidas que o tornavam "mais ágil do que anteriormente, dando-lhe melhor capacidade de resposta aos diferentes cenários" que possa enfrentar.
Depois de ter anunciado a insolvência no domingo à noite, hoje a empresa comunicou que Frederico Lupi renunciou ao seu mandato. Vários administradores apresentaram também a sua renúncia.
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