O grupo ‘secreto’ que, na semana passada, agrediu dois ‘caloiros’ do curso de Ciências Biomédicas da Universidade da Beira Interior (UBI), na Covilhã, durante uma praxe confessou o episódio ao órgão que lidera as atividades.
Os jovens contaram que fazem parte de uma ‘seita’, criada há mais de 10 anos e que o ritual de iniciação é sempre o mesmo: convidam "dois a quatro alunos" para sair à noite e levam-nos "escondidos nas capas do traje" de carro para a serra da Estrela, sem saberem onde estão.
Ali, obrigam-nos a despirem-se e fazem perguntas. Sempre que erram, são agredidos. Acabada a praxe, é feito um pacto de silêncio e seguem-se ‘missões’ que duram até ao fim do ano letivo, para que possam integrar a "seita". Um dos desafios passaria por "arranjar fotografias de colegas nuas que depois são colocadas num grupo privado" numa rede social, contou ao
CM um aluno.
PORMENORESEnvolvidos são ameaçadosO grupo ‘secreto’ registava num livro todas as praxes que realizava, com o nome dos envolvidos. Os alunos dizem estar a ser ameaçados pelos fundadores da ‘seita’ para não entregarem as provas. Tinham um código de praxe à margem das atividades que decorrem habitualmente.
Universidade faz queixaA UBI vai fazer uma investigação interna e apresentar queixa ao Ministério Público. Ao CM, sublinhou que "provando-se os factos", a sanção pode chegar à "interdição da frequência da UBI durante 5 anos".