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Igreja beatifica família executada pelos nazis

Josef e Wiktoria Ulma e os sete filhos foram mortos pelas forças alemãs em 1944.

11 de setembro de 2023 às 08:10

Um casal polaco e os seus sete filhos mortos pelos nazis em 1944 por terem escondido oito judeus foram, este domingo, beatificados pela Igreja Católica. A cerimónia decorreu em Markowa, terra natal da família, perante milhares de pessoas. Naquele que é um processo canónico inédito, os Ulma já haviam sido considerados Justos entre as Nações pelo Estado de Israel, em 1955.

Josef e Wiktoria Ulma casaram em 1935. Agricultor e apicultor, Josef tinha um gosto pela fotografia. Wiktoria cuidava da casa e dos filhos. A 24 de março de 1944, soldados alemães cercaram a sua casa após uma denúncia de que estariam a dar abrigo a judeus. Dispararam primeiro para o sótão, massacrando as oito pessoas ali escondidas. Em seguida, o casal foi arrastado para a rua, onde foi morto. Executaram depois as crianças, com idades compreendidas entre os dois e os oito anos. Para servir de exemplo à aldeia, a casa foi incendiada. Quando morreu, Wiktoria estava grávida de sete meses. Uma versão da história conta que a cabeça do bebé podia ser vista quando o corpo foi encontrado numa fossa comum, o que indicaria que a mulher tinha começado a dar à luz durante a execução. Para beatificar o nascituro, a Igreja concedeu um ‘batismo de sangue’, de modo a que o bebé fosse considerado digno do martírio.

O decreto sobre a morte dos Ulma foi aprovado pelo Papa a 17 de dezembro do ano passado, abrindo caminho para a beatificação. Este domingo, no final do Ângelus, na Praça de São Pedro, no Vaticano, Francisco pediu um aplauso para a família.

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