Depois do alívio das restrições sobre a pandemia Covid-19, nomeadamente a eliminação do uso obrigatório de máscara, houve um aumento do número das infeções em Portugal, atingindo um índice de transmissibilidade de 1,17, de acordo com o relatório do Instituto Superior Técnico sobre a pandemia.
A questão que se coloca agora é se Portugal poderá registar uma sexta vaga de Covid-19.
O Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimãres, em entrevista para a CMTV referiu que já era de esperar um aumento de casos, porém "não estão a aumentar o número de pessoas que morrem pela Covid-19, nem estão a aumentar de forma significativa internados nos cuidados intensivos".
Miguel Guimarães, deixou ainda três alertas que considera "importantes".
O primeiro foca-se na proteção das pessoas mais vulneráveis, e neste momento as pessoas mais vulneráveis são "doentes transplantados".
Sobre o segundo aspeto importante, o Bastonário da Ordem dos Médicos afirma que "é fundamental que Portugal tenha disponível alguns antivírus" e sobretudo que "tenha disponível o chamado anticorpo monoclonal", porque, como explica Miguel Guimarães, é eficaz para evitar a doença grave.
"Se a pessoa faz um teste rápido antigénio" e der positivo "não vale a pena" fazer um PCR, "é desnecessário", diz o bastonário sobre o terceiro alerta, acrescentando, "esta regra tem de ser baseada na realidade".
Já a quarta questão centra-se nos isolamentos. As pessoas que têm Covid-19 mas não apresentam sintomas, estas "ficam isoladas sete dias, quando podem fazer a sua vida normal, desde que utilizem máscara".
A Ordem dos Médicos define o fim do isolamento para pessoas sem sintomas, ou com sintomas ligeiros, desde "que evitem ajuntamentos e utilizem máscara FFP2".
Em relação às pessoas que são assintomáticas, mas testam positivo à Covid-19 no momento do internamento para a operação, esta fica sem efeito, e segundo Miguel Guimarães "estão se a perder" oportunidades e tempo.
"Eu acho que quem é responsável por esta norma de bloco operatório, deve repensar esta situação".
Face à existência de uma sexta vaga de Covid-19 em Portugal, Miguel Guimarães não se pronuciou, porém o Instituto Superior Técnico (IST) avançou em relatório nesta quarta-feira que "a possibilidade de uma sexta vaga está a desenhar-se de forma muito intensa".