page view

Isolamento fora de casa e mais testes: A estratégia para travar o coronavírus em Lisboa

Ao longo das próximas 48 horas, ocorrerão reuniões para conter pandemia em Lisboa e Vale do Tejo. Aqui verificam-se mais de 85% dos novos casos registados no País na última semana.

31 de maio de 2020 às 20:28

Marta Temido, a ministra da Saúde, anunciou que serão tomadas várias medidas tendo em conta os números da pandemia de Covid-19 em Lisboa e Vale do Tejo. Nos últimos oito dias, é nesta região que têm sido verificados mais de 85% dos novos casos registados no País. Em média, desde meados de maio, surgem 189 novos casos por dia. 

Os concelhos onde a situação é mais preocupante são Amadora, Lisboa, Loures, Odivelas e Sintra. Os números não se distribuem simetricamente por toda a região. "Torna-se essencial medidas especiais de saúde pública e estamos a tomá-las", garantiu a governante. 

Hoje e amanhã, decorrerão reuniões com várias entidades para apurar uma estratégia de contenção. Serão reforçadas várias medidas, como o rastreio da infeção por SARS-CoV-2 nas atividades com maior incidência de surtos. Foram identificadas como tal a construção civil e atividades ligadas a cadeias de distribuição de transporte, onde se verifica "uma grande rotatividade de trabalhadores e situações de trabalho temporário", explicou a ministra. 

Serão ainda testadas "todas as pessoas em relação às quais as autoridades de saúde tenham determinado a vigilância ativa por serem contactos" e o confinamento obrigatório de quem está doente será garantido com o apoio das forças de segurança. 

Também serão identificadas alternativas para um infetado se manter em confinamento domiciliário, "quando se comprove que as casas não têm critérios para o isolamento, feito em articulação com as entidades".

Posteriormente, Marta Temido concretizou que serão feitos contactos com parceiros da sociedade civil e com a rede de Pousadas de Portugal para que algumas estruturas "possam ser direcionadas para esta população alvo". Tal será focado na região de Lisboa e Vale do Tejo. 

A criação de um plano de realojamento de emergência para as pessoas que vivam em habitações precárias e sobrelotadas foi anunciado pelo Governo na sexta-feira, após o Conselho de Ministros, que aprovou medidas para a terceira fase de desconfinamento no âmbito da covid-19.

"Trabalharemos para desenvolver um plano de realojamento de emergência para permitir a separação de pessoas que estejam infetadas das que não estão, tal como fizemos em relação a alguns lares", afirmou o chefe de Governo, António Costa, aos jornalistas.

Sem adiantar muitos pormenores sobre a forma como este plano será desenvolvido, António Costa ressalvou que não será aplicado com base no local da habitação, mas tendo em conta "as condições de habitabilidade".

O acompanhamento clínico dos casos de Covid-19 será feito pelos profissionais de saúde com visitas domiciliárias, para perceber o contexto do doente. 

Para Marta Temido, a estratégia "permitirá reduzir o número de contágios e minimizar o risco de transmissão nesta região e no território nacional". 

A ministra da Saúde lançou ainda um apelo: "Se estiverem com sintomas, doentes, não vão trabalhar. Procuraremos garantir alternativas a todos os níveis para que a ausência seja compensada, há mecanismos para isso. Quem está doente não deverá ir trabalhar."

Foi ainda pedida atenção ao distanciamento social, uso de máscara, e à não partilha de objetos. Temido pediu ainda que quem tem orientação para ficar em casa o deve fazer, para se proteger a si, à família e aos outros.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8