O caso remonta a Agosto de 2009, numa altura em que a actualidade era dominada pela intenção do Governo de fechar várias maternidades, sobretudo no Interior.
No sentido de sensibilizar o poder político e a sociedade, os 56 médicos do Hospital da Guarda assinaram um documento no qual enumeraram as vantagens em manter abertas aquelas valências clínicas.
Os problemas começaram quando a direcção hospitalar descobriu que o abaixo-assinado foi feito em folhas timbradas do hospital. Segundo explica o médico António Godinho, um dos signatários, a carta "dirigida ao primeiro-ministro" seguiu pelos CTT, mas no dia seguinte tentaram enviá-la para 18 entidades e "não saíram dos serviços administrativos".
Um dos destinatários foi o próprio Fernando Girão, enquanto presidente da USLG. Assim, o Ministério Público acusa Fernando Girão de "ao tomar conhecimento do teor da carta que lhe era dirigida, assumindo o carácter semelhante das restantes e tendo-lhe sido entregues também as restantes [17] por um funcionário, manteve em seu poder as restantes cartas e não as entregou de novo aos serviços administrativos a fim de serem expedidas, como não o foram", lê-se na acusação a que o CM teve ontem acesso. O arguido pediu a abertura da instrução, mas acabou por ser pronunciado.