O desenvolvimento de testes genéticos vai evitar cirurgias e tratamentos de químio e radioterapia no combate ao cancro. No caso do cancro da próstata, no qual cerca de 90 por cento dos homens operados passam a sofrer de impotência sexual, ainda estão em fase de investigação. Noutros, como mama, cólon e pele, já estão a ser utilizados no Serviço Nacional da Saúde. Para já, os especialistas não conseguem quantificar o número de intervenções e tratamentos que podem ser evitados.
Estes testes permitem identificar se um tumor é pouco ou muito agressivo e se tem tendência para desenvolver e criar metástases, evitando assim que o doente seja sujeito a tratamentos dolorosos - física e psicologicamente.
Um dos riscos da cirurgia para tratar o cancro da próstata é a impotência sexual. "Nos casos em que há preservação do nervo, só ao fim de um ano é que 40% recupera a ereção", sublinha ao
CM o urologista Manuel Mendes da Silva.
O resultado dos testes genéticos ajuda a um diagnóstico precoce e permite aos médicos definir terapias. "Em alguns tipos de cancro, como o do cólon, mama ou melanoma, os testes permitem saber se houve mutação dos genes, o que contribui para a definição das terapias. A cirurgia para retirar a mama já é evitada quando o cancro é diagnosticado em fase inicial", afirma ao
CM o oncologista Jorge Espírito Santo. Salienta ainda que estão a ser desenvolvidas investigações nos marcadores biológicos dos tumores, com o objetivo de alargar os tipos de cancro a diagnosticar e tratar.