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“O meu povo é pobre e eu sou um deles”: 12 anos de pontificado do Papa Francisco

Mario Bergoglio ficará na história como o Papa que aboliu as alfândegas na Igreja.

13 de março de 2025 às 01:30

O boletim clínico do Santo Padre, internado desde o dia 14 de fevereiro no Hospital Gemelli, em Roma, vítima de pneumonia bilateral, não permite saber se estará em condições físicas para presidir às celebrações pascais. O arquiteto da Igreja para “todos, todos, todos”, que esta quinta-feira celebra doze anos de pontificado, deu sinais de melhoras no início da semana. O prognóstico já não é reservado, mas os problemas respiratórios mantêm-se, sendo prematuro apontar uma data para a sua recuperação e reaparecimento em público, embora continue a trabalhar.

O papa argentino é filho de imigrantes italianos e o mais velho de cinco irmãos

Ainda esta semana, o 266.º Papa da Igreja Católica manifestou a sua preocupação com “sociedades demasiado escravizadas pela lógica do mercado, onde tudo corre o risco de ser submetido ao critério do interesse próprio e da busca do lucro”. Uma crítica na linha do combate travado pelo seu antecessor, Bento XVI, contra o que apelidou de “ditadura do relativismo”, e que encaixa no seu modo de vida, simples e humilde. “O meu povo é pobre e eu sou um deles”, como referiu várias vezes ao longo destes anos. Filho de imigrantes italianos - o pai trabalhava como contabilista nos caminhos de ferro, a mãe ocupava-se da lida da casa e da educação dos cinco filhos, sendo Mario Bergoglio o mais velho -, o Papa que os seus irmãos cardeais “foram buscar ao mundo”, de 88 anos, ficará na história como o Sumo Pontífice que aboliu as “alfândegas na Igreja”, abrindo a porta a todos. “Saiam pelas periferias e tragam todos, todos, todos: sãos, doentes, crianças e adultos, bons e pecadores. Todos! Que a Igreja não seja uma alfândega para selecionar quem entra e quem não entra”, foi o apelo deixado pelo Papa na Jornada da Juventude de Lisboa e escutado em todo o Mundo, reforçando os laços com Portugal, depois de em 2017 ter presidido aos 100 Anos das Aparições de Fátima, onde canonizou os pastorinhos Francisco e Jacinta Marto, os mais jovens santos não mártires da Igreja.

Problemas de saúde, que começaram aos 21 anos quando lhe foi removido parte do pulmão direito, levaram-no a considerar a hipótese de abdicar. Hoje, contudo, parece ter afastado em definitivo esse cenário.

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Percurso Companhia de Jesus

Amante do tango e simpatizante do San Lorenzo, equipa de futebol fundada por um padre, trabalhou como técnico químico antes de escolher o caminho do sacerdócio, no seio da Companhia de Jesus. Licenciado em Filosofia e Teologia, foi ordenado padre a 13 de dezembro de 1969 e eleito Papa a 13 de março de 2013.

O milagre

“Se eu pudesse fazer um milagre, qual faria? Que todas as crianças tivessem o necessário para viver, comer, brincar, ir à escola”, disse o Papa Francisco.

Morte “sem medo”

“Não tenho medo da morte e imagino-a em Roma. A morte é um encontro: é Ele quem vem ao nosso encontro. As coisas que juntamos, que poupamos, não levaremos nada... Mas, sim, levaremos o abraço do Senhor”, disse, em 2017.

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