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Correio da Manhã

Sociedade
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Plano de 366 milhões de euros para unidades de saúde familiar

Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, defende melhor organização, mais profissionais e melhores condições.
Edgar Nascimento 15 de Outubro de 2022 às 01:30
Centro de saúde
Centro de saúde FOTO: Bruno Colaço
O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, sublinhou esta sexta-feira a aposta do Governo em “acarinhar e generalizar” os cuidados de saúde primários, defendendo que o caminho tem de passar por melhor organização, mais profissionais e melhores condições. O objetivo é conseguir que “cada português tenha direito a uma equipa de saúde familiar”.

O ministro admitiu que é preciso, nomeadamente, resolver o problema da “omnipresença da burocracia” e das falhas informáticas e de material. Defendeu também que é preciso encontrar “uma forma ágil” de fazer a substituição de profissionais. Em relação a instalações e equipamentos, lembrou que o Plano de Recuperação e Resiliência prevê uma verba de 366 milhões de euros para a construção de 100 novas USF e para a remodelação de outras 150.

No 13º Encontro Nacional das Unidades de Saúde Familiar, em Braga, foi divulgado um estudo da Associação Nacional de USF que denuncia a “falta de prioridade” dada aos cuidados de saúde primários. O presidente da associação, André Biscaia, aponta como principais queixas dos profissionais a dimensão das listas de utentes, as falhas informáticas e de material básico. Disse ainda que é preciso haver incentivos para a fixação de profissionais em zonas como Lisboa ou Algarve.

Decisão daqui a alguns meses

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, afirmou esta sexta-feira que as decisões sobre o eventual encerramento de maternidades serão anunciadas “daqui a alguns meses” e terão “toda a sustentação técnica”.

“Recebemos um relatório preliminar que exige uma visita cuidadosa a cada instituição, um diálogo com os profissionais, um diálogo com as instituições, desde logo com a Ordem dos Médicos. Estamos num trabalho preliminar e daqui a alguns meses anunciaremos as decisões”, disse o ministro, à margem do 13º Encontro Nacional das USF, em Braga. Manuel Pizarro adiantou que há ainda um caminho a percorrer, como visitas às instituições e diálogo com os profissionais e sublinhou que as decisões terão de ter “toda a sustentação técnica”. “Quero estar certo de que as decisões que venha a tomar tenham toda a sustentação técnica e não tomarei nenhuma sem que isso aconteça”, disse. Manuel Pizarro reiterou que o seu foco é garantir previsibilidade ao funcionamento do sistema de saúde maternoinfantil.

Médicos alertam para deslocações longas e incerteza

“Tenho dúvidas que nas regiões periféricas, como na Covilhã, seja benéfico fechar a maternidade. Uma coisa é concentrar serviços em Lisboa e Porto, outra é colocar grávidas numa posição em que tenham de fazer muitos quilómetros”, disse esta sexta-feira à CMTV o bastonário dos Médicos, que quer ver a situação esclarecida “rapidamente”. “Não podemos esperar até janeiro”, disse Miguel Guimarães. A indefinição deixa as grávidas “intranquilas”.

Políticos em defesa da maternidade do Barreio

Os autarcas da Moita, Alcochete, Barreiro e Montijo pediram uma audiência ao ministro da Saúde, Manuel Pizarro, para manifestar a importância para as populações da existência da maternidade no Barreiro, uma das que estão indicadas para encerramento no relatório da Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia-Obstetrícia e Bloco de Partos.

Associação pelos direitos da Mulher apela ao Governo

A Associação Portuguesa pelos Direitos da Mulher na Gravidez e Parto escreveu uma carta aberta ao Governo a alertar para as consequências do fecho de maternidades, como a sobrecarga dos locais que persistirem e o aprofundamento das “assimetrias socioeconómicas”. A associação diz que foi “com preocupação” que teve conhecimento da proposta do fecho do Serviço de Urgência de Obstetrícia e Ginecologia de vários hospitais do País.


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