O enfarte do miocárdio mata, em média, 4342 pessoas por ano, das quais 2420 homens e 1922 mulheres. Fazendo as contas, são cerca de 360 pessoas que morrem, por mês, de ataque cardíaco. Os dados foram revelados ao
Correio da Manhã pelo cardiologista do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, Ricardo Santos.
A dor no meio do peito é, segundo o especialista, "um dos sintomas mais comuns do enfarte do miocárdio". Ainda assim, "nem sempre a dor é atípica. Ou seja, há relatos que, por vezes, há uma espécie de aperto na garganta, ou uma pressão nessa zona".
Há vários fatores que provocam um ataque cardíaco. Ainda assim, hábitos de vida saudável e realização de exames de prevenção ajudam a contrariar o enfarte. A angioplastia é um exame que trata a obstrução de uma artéria, ou seja, "a possibilidade de uma parte do músculo cardíaco ficar subitamente sem sangue, sem oxigénio".
O procedimento pode ser feito antes ou depois de um ataque cardíaco. Em Portugal existem apenas 20 hospitais com capacidade para tratar o enfarte do miocárdio. Só em 2016 foram realizadas quase 15 mil angioplastias.
"Enfartes são piores nos jovens"CM: Quais são os fatores de risco para se ter um ataque cardíaco?Ricardo Santos – Doenças como a hipertensão, colesterol, diabetes e o tabagismo, sobretudo. E é preciso ter em conta que o médico pode ajudar com medicação em todas as patologias, exceto no tabagismo. Aqui, é fundamental a força de vontade.
– Há uma idade para se ter um enfarte do miocárdio?– A doença coronária não escolhe idades e não tem cura. Aliás, nos jovens os enfartes até são mais graves porque as artérias costumam estar significativamente mais limpas.
"Ainda me falta o exercício físico"António Barreto tem 57 anos e é hipertenso há anos. Contou ao
Correio da Manhã que teve, desde sempre, uma vida stressante devido à profissão: era vendedor. Talvez por isso, diz,"tenha tido um enfarte" que o "obrigou a ficar internado na última passagem de ano". António Barreto já foi sujeito a duas angioplastias para tentar resolver o problema de saúde. "Tive de mudar drasticamente a minha alimentação. Agora, nada de sal, nada de álcool", afirmou o vendedor, acrescentando ainda que não está "no estilo de vida perfeito porque falta o exercício físico". Mas vamos lá aos poucos", observou.
Conselho da semanaHá alimentos que fazem bem ao coração e diminuem o risco de doenças cardiovasculares. Azeite virgem-extra, vinho tinto, alho, linhaça, morango, laranja, aveia, tomate, peixes (como sardinha, atum e salmão), banana e chocolate preto, são alguns exemplos de alimentos ‘amigos do coração’ e que deve integrar na sua alimentação diária porque reduzem em cerca de 80% o risco de doenças cardiovasculares.
Obesidade é uma doença perigosa para o coraçãoDe acordo com os cardiologistas, a obesidade é uma das doenças mais perigosas para o coração. Isto porque pode desencadear patologias como a hipertensão e a diabetes, por exemplo. De acordo com o cardiologista Ricardo Santos, são "duas patologias de risco para desenvolver enfartes". Por isso, o clínico aconselha a que os portugueses controlem o peso.
O cálculo do índice de massa corporal ajuda a determinar se está acima do peso ou não. Também a nicotina, presente nos cigarros, facilita a coagulação sanguínea e faz com que as placas de gordura se lesionem com mais facilidade, à semelhança das altas taxas de açúcar no sangue.
O excesso de doce facilita a formação das placas de gordura na artéria que podem, eventualmente, formar um coágulo. Além disso, desregula também o nível de colesterol no sangue, outro fator que favorece a formação de coágulos e a ocorrência de ataques cardíacos, à semelhança da hipertensão que torna as paredes dos vasos menos elásticas e mais predispostas ao endurecimento.
Portugueses desconhecem sintomasMais de dois terços dos portugueses não conhece os sintomas de um ataque cardíaco. Na presença de sinais de um enfarte "é importante ligar imediatamente para o número de emergência médica – 112 e esperar pela ambulância que estará equipada com aparelhos que registam e monitorizam a atividade do coração e permitem diagnosticar o enfarte", afirma o cardiologista Ricardo Santos.
O que achou desta notícia?
-
20%Muito insatisfeito
-
20%
-
20%
-
40%Muito satisfeito
Obrigado pelo seu contributo.
-
20%Muito insatisfeito
-
20%
-
20%
-
40%Muito satisfeito