Dados realçam os avanços na melhoria da oferta alimentar e uma maior capacidade de resposta dos Cuidados de Saúde Primários na área da nutrição.
Portugal destaca-se entre os países europeus com menor teor médio de sal em produtos de padaria, refeições pré-preparadas e queijos, e de açúcar em refrigerantes, bolos e bolachas, revela um relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Os dados são do Relatório Anual 2024 do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) da DGS, divulgado no Dia Mundial da Alimentação, que realça os avanços na melhoria da oferta alimentar e uma maior capacidade de resposta dos Cuidados de Saúde Primários na área da nutrição.
Segundo o documento, Portugal encontra-se no conjunto de países europeus onde se verifica um menor teor médio de sal para as categorias de produtos de padaria, produtos processados à base de batata, refeições pré-preparadas enlatadas, refeições pré-preparadas frescas, e queijos e um menor teor médio de açúcar para as categorias dos refrigerantes e dos bolos e bolachas doces.
"Estes dados resultam de um esforço da União Europeia para ter um sistema de monitorização da oferta alimentar em todos os países da UE", que acompanhe a evolução da composição dos alimentos nos diferentes países e perceber o impacto das diferentes medidas que estão a ser implementadas, disse à agência Lusa a diretora do PNPAS, Maria João Gregório.
Segundo a responsável, Portugal tem vindo a definir "uma estratégia forte na área da reformulação dos produtos alimentares", em colaboração com o setor da indústria e da distribuição, que estará a contribuir para estes resultados.
No documento também é analisado o impacto do imposto especial de consumo sobre as bebidas açucaradas, verificando-se uma diminuição de 39% da proporção de bebidas com 8 gramas de açúcar por 100 mililitros, entre 2017 e 2024.
Maria João Gregório salientou que este imposto será "um dos fatores que terá contribuído para este resultado".
"Este efeito, mantido ao longo do tempo, demonstra o papel decisivo das políticas fiscais na promoção de ambientes alimentares mais saudáveis", acrescenta o relatório.
A DGS salienta que nas categorias como cereais de pequeno-almoço, iogurtes e produtos de charcutaria, o teor médio de sal e açúcar continua acima da média europeia, demonstrando a necessidade de continuar a investir na reformulação dos produtos alimentares em Portugal.
Os resultados sugerem também que "as medidas regulatórias são mais efetivas do que os acordos voluntários, já que a redução de açúcar foi significativamente superior nos refrigerantes sujeitos à taxação (-25,7%) do que nas categorias apenas abrangidas por compromissos voluntários (-14,8%)", acrescenta.
Pela primeira vez, este relatório inclui os dados relativos à resposta dos cuidados de saúde primários (CSP) na área da nutrição, revelando que, em 2024, foram realizadas quase 137 mil consultas, mais 30% comparativamente a 2022.
Em 2024, o número médio de dias desde a referenciação até à realização da consulta de nutrição foi de 94 dias, refere o documento, acrescentando que as consultas foram maioritariamente realizadas a mulheres com idades entre os 45 e os 59 anos.
Maria João Gregório apontou como positivo o aumento do número de consultas, mas considera que a capacidades de resposta nos CSP "ainda não é adequada": "Temos ainda um tempo de espera entre o período de consulta e a efetivação dessa consulta, que ainda não é o desejável".
Salientou o "papel fundamental" dos CSP na promoção de uma alimentação saudável e na prevenção e gestão de um conjunto muito alargado de doenças crónicas que representam a maioria da carga da doença em Portugal.
"A resposta nesta área por parte da nutrição é, de facto, fundamental", defendeu.
Os dados do registo do excesso de peso e da obesidade nos CSP mantêm uma evolução positiva, o que, segundo a DGS, "poderão representar uma melhoria do desempenho do SNS na identificação de pessoas com pré-obesidade e obesidade, bem como do seu registo como diagnóstico clínico".
Em 2024, 36,7% dos doentes hospitalizados foram submetidos ao rastreio nutricional, totalizando 206.339 pacientes, dos quais 25,7% apresentavam risco nutricional.
"Ao longo dos últimos anos temos vindo progressivamente a melhorar a capacidade de resposta dos cuidados hospitalares para identificar o risco nutricional nos doentes hospitalizados e relativamente", salientou a responsável.
Assinalou que a percentagem de doentes em risco nutricional são semelhantes a outros países e a diferentes estudos publicados: "Estamos a falar de risco nutricional numa população muito específica, que são doentes que estão em contexto de internamento hospitalar", comentou.
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