Os portugueses consomem medicamentos em excesso, em particular antidepressivos e antibióticos. Por mês são vendidos em Portugal 20 milhões de embalagens de remédios. Em 2013 foram vendidas mais sete milhões do que no ano anterior, segundo o ministro da Saúde, Paulo Macedo.
Falando na Comissão Parlamentar de Saúde, Paulo Macedo referiu que o "consumo excessivo de medicamentos" constitui um problema de saúde pública. "Não é normal este consumo excessivo de medicamentos", sublinhou o governante.
O psiquiatra Caldas de Almeida afirmou ao CM ser "provável" que a crise económica "possa contribuir" para o problema.
"A crise não é a única explicação porque o aumento do consumo de antidepressivos começou antes da crise económica, mas poderá ter agravado o problema", frisou Caldas de Almeida. Segundo o especialista, Portugal é dos países europeus onde as pessoas mais tomam antidepressivos, em especial as mulheres. Outro problema mencionado por Paulo Macedo reporta-se à falta de médicos de família, o que irá acontecer nos próximos anos durante "um período de três a quatro anos", devido à saída para a reforma de clínicos.
Apontou, assim, como solução "a contratação de médicos estrangeiros", de reformados e aumentar as listas de utentes, em particular nos casos em que os médicos têm menos de 1900 utentes.
Deficiente com consultas ao domicílio
A mulher que tem empurrado a cadeira de rodas da filha deficiente para a levar a consultas no centro de saúde mais próximo vai passar a dispor de assistência médica ao domicílio. A garantia foi dada ontem pelo ministro da Saúde, Paulo Macedo. Ao CM, Ofélia Marques afirma que "é uma boa solução, dentro do que é possível". "Seria melhor se a extensão de saúde de Vaqueiros, em Santarém, estivesse aberta", referiu.