Há 32 anos nasceu o primeiro Continente. Conhecido como 'Gigante Baratão' e inaugurado em Matosinhos, o primeiro hipermercado do País foi um sucesso tal que chegou a receber excursões de todo o País.
Foi uma espécie de revolução em Portugal. Todos estavam fascinados com a possibilidade de comprar todos os produtos que precisavam para o dia-a-dia no mesmo espaço. A entrada dos clientes era controlada por um funcionário com um apito que avisava sobre a abertura e fecho das portas.
O Continente tinha oito mil metros quadrados e no primeiro dia os empregados foram obrigados a fechar as portas várias vezes para repor os produtos nas prateleiras. Cerca de 15 mil pessoas visitavam a loja diariamente e gastavam, aproximadamente, 10 contos (50 euros) em cada compra.
Em 1987, o Continente abriu uma segunda loja na Amadora. O novo hipermercado veio confirmar que tinha acontecido uma revolução no setor: formavam-se autênticas romarias para ir ao Continente e a rotina de fazer compras mudou. Para os portugueses, tornou-se habitual fazer compras para todo o mês.
A chegada dos grandes hipermercados teve, também, o seu reverso. Por todo o País, o comércio tradicional começou a definhar e milhares de lojas fecharam. O que trouxe problemas sociais, económicos e do próprio urbanismo, com as ruas a ficarem vazias de gente e animação.