Docentes portugueses ganham mais que a média dos restantes licenciados. Em 10 anos, salário líquido real dos professores do 1º ciclo caiu 1,8%, enquanto na OCDE houve um aumento de 14,6%.
Os professores portugueses ganham mais que a média dos restantes licenciados, mas em 10 anos tiveram uma quebra real dos salários, ao contrário dos docentes nos outros países da OCDE. Os dados são revelados no relatório Education at a Glance 2025, divulgado esta terça-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico e que analisa os dados dos 38 países membros mais 11 parceiros. De acordo com o documento, os salários dos professores em Portugal são 28% superiores aos da média dos profissionais com a mesma formação superior, a tempo inteiro. Nos países da OCDE, acontece o contrário: os professores ganham menos 17% que os licenciados noutras áreas. Mas olhando para a evolução salarial entre 2015 e 2024, a OCDE conclui que os docentes portugueses do 1º ciclo tiveram uma redução real nos salários de 1,8%, enquanto nos restantes países houve um aumento salarial médio de 14,6%. A falta de professores não é um problema português, mas a realidade nacional é mais preocupante: entre 2013 e 2023 a percentagem de docentes com 50 ou mais anos disparou de 31% para 56%.
Nos últimos anos aumentou a percentagem de adultos com formação superior: em 2019, 38% dos portugueses na faixa etária 25-34 anos tinha curso superior; em 2024 eram 43%. Ainda assim, mantém-se abaixo da média da OCDE: 48%. Coreia do Sul (71%), Canadá (69%) e Irlanda e Japão (66%) são os países com mais adultos jovens com formação superior. Segundo o relatório, Portugal é um dos poucos países onde o nível de formação mais prevalente nos adultos (25-64 anos) é inferior ao ensino secundário: 38%, o dobro da média da OCDE. Só Costa Rica, México e Turquia têm adultos menos qualificados.
Ter um curso superior representa ganhar muito mais face a quem não tem formação superior. Em Portugal, os trabalhadores com formação superior ganham em média 74% mais do que os que têm o secundário ou o básico: na OCDE essa diferença é de 34%. No que respeita ao financiamento estatal ao ensino superior, ao contrário da maioria dos outros países, a despesa pública em Portugal é mais baixa no superior, incluindo a investigação e desenvolvimento tecnológico, do que no ensino básico e secundário: 6842 euros em paridade de poder de compra por cada estudante, 12854€/PPP na OCDE.
Menos oferta de formação para adultos
A OCDE destaca, na nota dedicada a Portugal, que o número de estudantes com qualificações mais baixas envolvidos em programas vocacionais baixou de 9 por cento em 2013 para 4 por cento em 2023. Um declínio "largamente atribuível a cortes severos no financiamento nas aprendizagens de adultos", como a descontinuação do programa Novas Oportunidades, encerramentos de centros de educação para adultos e a redução de professores no ensino para adultos.
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